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Brasil estuda criar disque denúncia contra violência nas escolas

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que a primeira proposta do grupo de estudos é a criação de um canal telefônico e específico para relatos de casos suspeitos nas escolas.

Na manhã dessa quinta-feira (6), ocorreu a primeira reunião do grupo de trabalho interministerial criado para propor políticas públicas de prevenção e enfretamento de violência nas escolas. A equipe se reuniu na sede do Ministério da Educação (MEC), em Brasília.

A reunião aconteceu um dia após a tragédia na creche privada Cantinho Bom Pastor, na cidade de Blumenau em Santa Catarina, onde quatro crianças foram brutalmente assassinadas. Os ministros anunciaram que foram discutidas ações imediatas e outras a serem adotadas em médio e longo prazo para combater os ataques.

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirma que  a primeira proposta é a criação de um disque denúncia, um canal telefônico e específico para relatos de casos suspeitos nas escolas. “É importante as pessoas se anteciparem, se notarem um episódio suspeito em relação a um colega de sala de aula, a alguma pessoa na rua, no bairro. Então, queremos ver a viabilidade de criar esse canal de denúncia de violências nas escolas o mais rápido possível e ter esse canal mais ágil”, disse.

De acordo com o MEC, a proposta é que o novo serviço funcione nos moldes de duas centrais telefônicas do Governo Federal: o Disque 100, coordenado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, e o Liga 180, coordenado pelo Ministério das Mulheres. Também será elaborado um protocolo pelo Governo Federal de emergência para orientar as escolas públicas e privadas, além dos profissionais de educação sobre como agir em novos ataques.

“Vamos repassar recursos às escolas para que construam ações e círculos de cultura de paz com os alunos. Agente pode formar e qualificar nossos diretores e professores”, disse o ministro Camilo Santana.

Segundo o ministro da Educação, será encomendado um mapeamento nacional sobre violência nas escolas. Outra ação que deve ser lançada em breve pelo presidente Lula, é a ampliação da oferta do ensino em tempo integral a crianças e jovens.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, contou que o Programa Saúde na Escola, de 2003, deve ser reforçado para melhorar a atenção psicossocial dentro do ambiente escolar com prevenção e atenção à saúde mental de estudantes e profissionais da educação. “Queremos fortalece-lo em uma visão abrangente de promoção, de prevenção [à violência] e trabalhar com foco na juventude”, explicou.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, falou à imprensa para aderir o pacto no sentido de não dar visibilidade a assassinos que atacam escolas, para que não sejam vistos como celebridades nas redes sociais.

“É importante que a imprensa ajude com protocolos, como tem em outros países, quando acontece esse tipo de situação. Que esse cidadão não sirva de exemplo de herói a outras pessoas na internet. Nós sabemos que tem grupos de pessoas que se alimentam desse tipo de situação. Então, vocês podem também ajudar não dando visibilidade a esse cidadão para não influenciar outras pessoas a cometerem esse tipo de atrocidade”, falou Márcio.

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