Com mais de mil jogos no currículo corintiano vai ao Japão "de graça"
Colecionador de ingressos, camisas e discos do Timão junta milhas e gasta R$ 300 para ver o clube no Mundial de Clubes. Só falta o ingresso da final
“Mais duradouro que dinheiro e tesão, desde menino eu sou do Todo-Poderoso Timão.” A letra da música “Todo-Poderoso Timão”, da banda Velhas Virgens, a predileta de Marcelo Garber, define bem a vida desse professor de educação física, de 44 anos.
Corintiano fanático e colecionador de itens ligados ao Timão, Marcelo nem se lembra do último jogo que tenha perdido. Viagens não são problema, e a moto foi por muito tempo companheira na peregrinação atrás do time pelo Brasil. Paixão que, em dezembro, será estendida para o outro lado do mundo: por somente R$ 300, Marcelo garantiu a viagem ao Japão e será um dos mais de 10 mil “loucos” alvinegros no Mundial de Clubes.
O baixo valor tem um motivo: as várias milhas acumuladas das viagens pelo mundo em quase 30 anos acompanhando o Corinthians foram trocadas pela passagem. A paixão pelo Timão, inclusive, é o motivo de Marcelo ainda não ter garantido o ingresso à final do Mundial. Quando as vendas pelo site da Fifa foram abertas, ele estava no estádio torcendo pelo time, e só conseguiu uma entrada para a semifinal depois de várias madrugadas em claro. Conforto não é prioridade no Japão, e o importante é acompanhar o Alvinegro onde quer que seja.
O "drama" pela demora na compra de ingressos é contado com bom humor. Marcelo se viu na difícil situação de ter de escolher entre ir a um jogo ou ficar em casa esperando pelo início das vendas na internet.
– Quando abriram as vendas, estavam jogando Corinthians e Grêmio. Eu não ia deixar de ir para o jogo, e fiquei sem o ingresso da final. Para comprar o da semi, pus o despertador para tocar de hora em hora. Ia dormir meia-noite, e voltava à noite toda para checar. Seis horas da manhã acordava e ia trabalhar. Fiz isso de duas a três semanas, acordando cinco ou seis vezes por noite para ver se tinha aberto. No próximo turno de vendas, o Corinthians vai jogar contra o Coritiba. Não sei como vou fazer, mas não vou deixar de ir. A Fifa achou que a torcida do Corinthians era igual às outras e não está dando conta – brinca Marcelo.
A língua pode até ser um problema, mas o professor Marcelo tem estudado sobre o Japão para não fazer feio em dezembro. O livro “Japan”, com mapas, pontos turísticos e dicas se sobrevivência no país, se tornou leitura de cabeceira do corintiano, que espera se virar no inglês na comunicação com os japoneses.
Depois da competição, ele ainda deve permanecer mais alguns dias do outro lado do mundo para conhecer melhor as maravilhas do Oriente – já que, assim como ele, o Corinthians também estará de férias no fim do ano.
– Japonês não arranho nada, só inglês. Nada além de sushi, sashimi e arigatô. Vai no “apontômetro” e no inglês. Alguém que fala inglês eu devo achar! Sou um cara econômico, não gasto dinheiro com supérfluos. Só para comer bem, de vez em quando. Mas minha viagem não vai sair muito cara. Acho que vai ser tranquilo – diz, rindo.
Loucuras e coleções do Timão
A loucura pelo Corinthians está na pele. Literalmente. Além do distintivo alvinegro no peito, feito no início dos anos 1990, Marcelo tem tatuadas nas costas as datas de todos os títulos a que assistiu no estádio – menos o da Série B, que segundo ele “não é título, e sim obrigação”. A paixão pelas motocicletas é aliada à pelo Timão, e não foram poucas as viagens atrás do time. Neste ano, ele chegou a rodar cerca de 500km até Presidente Prudente em uma Scooter, a 80 km/h, para ver o time enfrentar o Oeste, pelo Paulistão.
– Fiz o que algumas pessoas definem como loucura, mas eu acho normal. Gosto muito de andar de moto, e quando dá para juntar com o Corinthians é prazeroso. Quando estou de férias e o time joga longe, vou de moto. Fui para o Ceará em 2010. Fiz São Paulo-Fortaleza em dois dias e meio. De lá fui para Goiás, e vi a derrota para o Atlético-GO. Os caras não queriam mais me deixar viajar, porque eu viajei 6 mil quilômetros e só trouxe um ponto (risos). Para Prudente, não tinha grana. Gastei dez horas de Scooter. A ida não foi confortável, mas foi tranquila. Já a volta... Foi pesado, cheguei 4h da manhã – lembra.
– Sempre gostei de guardar coisas e juntei meu gosto pelo Corinthians com coleções. Tenho coleção de camisas, áudios do Corinthians, vinis e uma muito grande de ingressos. Chaveiros, livros. Em 1985, comecei a guardar os ingressos. Tenho estatística correta de todos os jogos que fui, uns 1.040 jogos catalogados. Faço uma infinidade de planilhas com números, estádios, quantas vezes vi cada jogador. O jogador que mais vi foi o Ronaldo, goleiro: 263 vezes. Quem eu mais vi marcar gols foi o Marcelinho Carioca, com mais de 100.
A paixão pelas músicas do Corinthians é uma das mais curiosas, e qualquer CD ou vinil com citação ao clube já é credenciado a entrar na coleção.
Pela internet, Marcelo mantém contato com outros colecionadores, e na base da troca e da conversa aumenta frequentemente o acervo. As planilhas são impecáveis, e tudo que viu nos mais de mil jogos no estádio está catalogado. Neste ano, de todos os jogos do Corinthians, Marcelo diz ter perdido menos de dez.
– O que mais gosto é chegar do jogo e vir fazer a planilha. Como eu tenho muita estatística, ingressos, o que fazemos no site é montar uma ficha técnica dos jogos com vídeo, ingresso e camisa usada no jogo. E todas as estatísticas, de público, renda, estádio, escalação. Temos 570 jogos cadastrados e tentamos atualizar toda semana. Às vezes não tenho nada para fazer vou ver aquele jogo de 1973, que não fui e não lembro. Mas não é todo mundo que gosta. É uma fonte de pesquisa – completa, orgulhoso.
Corintiano fanático e colecionador de itens ligados ao Timão, Marcelo nem se lembra do último jogo que tenha perdido. Viagens não são problema, e a moto foi por muito tempo companheira na peregrinação atrás do time pelo Brasil. Paixão que, em dezembro, será estendida para o outro lado do mundo: por somente R$ 300, Marcelo garantiu a viagem ao Japão e será um dos mais de 10 mil “loucos” alvinegros no Mundial de Clubes.
O baixo valor tem um motivo: as várias milhas acumuladas das viagens pelo mundo em quase 30 anos acompanhando o Corinthians foram trocadas pela passagem. A paixão pelo Timão, inclusive, é o motivo de Marcelo ainda não ter garantido o ingresso à final do Mundial. Quando as vendas pelo site da Fifa foram abertas, ele estava no estádio torcendo pelo time, e só conseguiu uma entrada para a semifinal depois de várias madrugadas em claro. Conforto não é prioridade no Japão, e o importante é acompanhar o Alvinegro onde quer que seja.
Imagem: ReproduçãoMarcelo mostra alguns itens de sua grande coleção alvinegra
- Sou professor e venho juntando milhas há muito tempo. Quando o Corinthians se classificou para a Libertadores, pensei: “Acho que vou segurar para o final do ano, existe a possibilidade de ir ao Japão.” Fiquei tentado a usar as milhas nas viagens da própria Libertadores e Brasileiro, mas acabei segurando. Vou viajar para o Japão sem custo de passagem, gastei R$ 300. Em Tóquio, vou ficar em um albergue com preço mais acessível. Comprei o passe de trem e foi mais caro do que eu imaginava, mas mais barato do que andar por lá sem ele - conta Marcelo.O "drama" pela demora na compra de ingressos é contado com bom humor. Marcelo se viu na difícil situação de ter de escolher entre ir a um jogo ou ficar em casa esperando pelo início das vendas na internet.
– Quando abriram as vendas, estavam jogando Corinthians e Grêmio. Eu não ia deixar de ir para o jogo, e fiquei sem o ingresso da final. Para comprar o da semi, pus o despertador para tocar de hora em hora. Ia dormir meia-noite, e voltava à noite toda para checar. Seis horas da manhã acordava e ia trabalhar. Fiz isso de duas a três semanas, acordando cinco ou seis vezes por noite para ver se tinha aberto. No próximo turno de vendas, o Corinthians vai jogar contra o Coritiba. Não sei como vou fazer, mas não vou deixar de ir. A Fifa achou que a torcida do Corinthians era igual às outras e não está dando conta – brinca Marcelo.
A língua pode até ser um problema, mas o professor Marcelo tem estudado sobre o Japão para não fazer feio em dezembro. O livro “Japan”, com mapas, pontos turísticos e dicas se sobrevivência no país, se tornou leitura de cabeceira do corintiano, que espera se virar no inglês na comunicação com os japoneses.
Depois da competição, ele ainda deve permanecer mais alguns dias do outro lado do mundo para conhecer melhor as maravilhas do Oriente – já que, assim como ele, o Corinthians também estará de férias no fim do ano.
– Japonês não arranho nada, só inglês. Nada além de sushi, sashimi e arigatô. Vai no “apontômetro” e no inglês. Alguém que fala inglês eu devo achar! Sou um cara econômico, não gasto dinheiro com supérfluos. Só para comer bem, de vez em quando. Mas minha viagem não vai sair muito cara. Acho que vai ser tranquilo – diz, rindo.
Loucuras e coleções do Timão
A loucura pelo Corinthians está na pele. Literalmente. Além do distintivo alvinegro no peito, feito no início dos anos 1990, Marcelo tem tatuadas nas costas as datas de todos os títulos a que assistiu no estádio – menos o da Série B, que segundo ele “não é título, e sim obrigação”. A paixão pelas motocicletas é aliada à pelo Timão, e não foram poucas as viagens atrás do time. Neste ano, ele chegou a rodar cerca de 500km até Presidente Prudente em uma Scooter, a 80 km/h, para ver o time enfrentar o Oeste, pelo Paulistão.
– Fiz o que algumas pessoas definem como loucura, mas eu acho normal. Gosto muito de andar de moto, e quando dá para juntar com o Corinthians é prazeroso. Quando estou de férias e o time joga longe, vou de moto. Fui para o Ceará em 2010. Fiz São Paulo-Fortaleza em dois dias e meio. De lá fui para Goiás, e vi a derrota para o Atlético-GO. Os caras não queriam mais me deixar viajar, porque eu viajei 6 mil quilômetros e só trouxe um ponto (risos). Para Prudente, não tinha grana. Gastei dez horas de Scooter. A ida não foi confortável, mas foi tranquila. Já a volta... Foi pesado, cheguei 4h da manhã – lembra.
Imagem: ReproduçãoTorcedor do Corinthians Marcelo Garber exibe camisa de Ataliba
As coleções tomam praticamente todo o tempo livre de Marcelo, apaixonado por ingressos, camisas, discos e outras raridades ligadas ao Corinthians. Só de entradas de jogos, o professor tem mais de 1.900, todas catalogadas, digitalizadas e boa parte disponível em seu site, o “Coleção Corinthians”. No computador, ele tem vasto material: fichas técnicas, jogadores que mais viu em campo, atletas que mais viu marcar gols e seu próprio retrospecto no estádio contra todos os rivais que viu o Timão enfrentar. Marcelo contabiliza até os juízes.– Sempre gostei de guardar coisas e juntei meu gosto pelo Corinthians com coleções. Tenho coleção de camisas, áudios do Corinthians, vinis e uma muito grande de ingressos. Chaveiros, livros. Em 1985, comecei a guardar os ingressos. Tenho estatística correta de todos os jogos que fui, uns 1.040 jogos catalogados. Faço uma infinidade de planilhas com números, estádios, quantas vezes vi cada jogador. O jogador que mais vi foi o Ronaldo, goleiro: 263 vezes. Quem eu mais vi marcar gols foi o Marcelinho Carioca, com mais de 100.
A paixão pelas músicas do Corinthians é uma das mais curiosas, e qualquer CD ou vinil com citação ao clube já é credenciado a entrar na coleção.
Pela internet, Marcelo mantém contato com outros colecionadores, e na base da troca e da conversa aumenta frequentemente o acervo. As planilhas são impecáveis, e tudo que viu nos mais de mil jogos no estádio está catalogado. Neste ano, de todos os jogos do Corinthians, Marcelo diz ter perdido menos de dez.
– O que mais gosto é chegar do jogo e vir fazer a planilha. Como eu tenho muita estatística, ingressos, o que fazemos no site é montar uma ficha técnica dos jogos com vídeo, ingresso e camisa usada no jogo. E todas as estatísticas, de público, renda, estádio, escalação. Temos 570 jogos cadastrados e tentamos atualizar toda semana. Às vezes não tenho nada para fazer vou ver aquele jogo de 1973, que não fui e não lembro. Mas não é todo mundo que gosta. É uma fonte de pesquisa – completa, orgulhoso.
Imagem: ReproduçãoMarcelo exibe tatuagens com anos dos títulos que viu no estádio
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