Morre Walewska Oliveira, campeã olímpica de vôlei, aos 43 anos
Em sua última partida oficial, Walewska enfrentou o Regatas Lima, time do Peru, pela fase de grupos.
No fim da tarde dessa quinta-feira (21), a ex-jogadora Walewska Moreira de Oliveira faleceu, aos 43 anos, ao cair do 17º andar de um prédio na cidade de São Paulo. Campeã olímpica pela seleção brasileira de vôlei nos Jogos de Pequim, em 2008, a ex-central se aposentou das quadras após o fim da temporada 2021/2022 do esporte no Brasil. Até o momento, ainda não se sabe detalhes acerca das circunstâncias da morte da atleta e a polícia vem investigando o caso.
Membro de um seleto grupo de campeões olímpicos brasileiros, a jogadora contribuiu para a conquista do primeiro ouro olímpico do vôlei feminino, durante dos jogos de Pequim. Walewska, ainda em Olimpíadas, foi parte da equipe que alcançou o bronze em Sidney, no ano 2000, e também conquistou a quarta colocação nos jogos de Atenas, em 2004. A atleta passou por diversos clubes ao longo de sua extensa carreira, defendendo clubes como Minas, Osasco e Praia Clube, tendo se aposentado no último, quando disputou pelo Sul-Americana de vôlei 2022.
Em sua última partida oficial, Walewska enfrentou o Regatas Lima, time do Peru, pela fase de grupos. A jogadora foi mantida no banco de reservas nos jogos da semifinal contra o Sesi-Bauru e também da final contra o Minas. Quando a campeã se aposentou, o clube da cidade de Uberlândia parou de utilizar a camisa 1, número com o qual ela jogou.
Ainda em 2023, Walewska lançou uma biografia, intitulada “Outras redes”. Na obra, a ex-central relata sua longa trajetória até as quadras, incluindo depoimentos sobre quando saiu de casa, aos 12 anos, e pegou um ônibus rumo ao seu primeiro teste de vôlei no Minas, dando seus passou iniciais em direção a uma carreira de conquistas.
O perfil elegante, dentro e fora de quadra, sempre foi uma das marcas principais da jogadora que influenciou toda uma geração de atletas do vôlei brasileiro. Convocada para a seleção brasileira pela primeira vez em 1997, pelo então técnico Bernardinho, Walewska contribui para diversas conquistas e marcou época. Ao lado do antigo treinador, a jogadora alcançou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, e o bronze na Olimpíada de Sidney, em 2000. Quando passou a ter Zé Roberto como comandante da seleção, a atleta continuou a colecionar títulos.
Em sua carreira pelo Praia Clube, último time em que atuou, Walewska seguiu provando os motivos pelos quais foi consagrada como uma das maiores centrais da história do vôlei brasileiro. Na temporada 2017/2018, a jogadora foi o pilar para a conquista do troféu da Superliga. Ela ainda chegou a passar um ano no Osasco, porém logo retornou à cidade mineira, onde permaneceu nos seus últimos anos como profissional.
Durante esta semana, Walewska participava de vários eventos em São Paulo, divulgando a sua biografia. Há poucos dias, ela se encontrou com o atual técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, em visita ao centro de treinamento da equipe. Na ocasião, os dois trocaram elogios e livros, já que o treinador estava divulgando uma outra obra. Ao ser informado sobre a morte repentina de Walewska, Abel se mostrou bastante abalado, afirmando estar incrédulo.
Consagrada como um dos pilares da geração que mais acumula conquistas no vôlei brasileiro, Walewska nunca deixou de homenagear aqueles que a antecederam. A atleta falou, por exemplo, sobre a importância da geração de 1996, em entrevista dada ao GE.
A ex-central desempenhou o papel de líder e capitã por onde passou. Enquanto atuava nas quadras, a jogadora afirmou que sempre tentou ser, naturalmente, um exemplo para suas companheiras.
Com informações do GE.
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