Desde junho o número de homicídios não para de crescer em Minas Gerais
Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social mostram aumento. Secretário diz que quer "conter violência para retomar o declínio em 2013".
Dados divulgados nesta quarta-feira (31) pela Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds) mostram que, desde junho deste ano, o número de homicídios não parou de crescer no Estado. Em junho, foram 283 casos registrados em Minas Gerais. Em setembro, o número aumentou 10%, passando para 312 ocorrências, ou média de 10,4 por dia.
A curva de ocorrências oscilou ao longo do ano: a partir de abril, quando houve um pico de 338 homicídios, os números começaram a cair, para aumentarem de novo a partir de junho.
Considerando apenas os 40 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os números também tiveram uma alta de 5,7% neste segundo semestre, com 122 casos em junho e 129 em setembro.
A Seds também divulgou os números de crimes violentos somados e de crimes contra o patrimônio, no Estado e na Grande BH. Nesses casos, houve uma queda a partir de agosto, embora todos os dados mostrem que os crimes haviam subido no mês anterior.
Sem contar vítimas
O pesquisador em segurança pública Claudio Beato, coordenador-geral do Crisp (Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG), diz que os dados do Ministério da Saúde já vinham indicando o crescimento de homicídios em Minas Gerais.
Ele critica os dados divulgados pelo governo de Minas por duas razões: primeiro, porque não foram divulgados os dados de criminalidade por municípios e cidades-polo, como era feito em anos anteriores, tornando impossível a comparação em uma série histórica e, consequentemente, a análise dos números em comparação com anos anteriores.
Segundo, porque as estatísticas se baseiam em registros da Polícia Civil e Militar, e não no número de vítimas. "É uma mágica para diminuir o número de homicídios. Porque pode ter vários homicídios num mesmo registro, numa chacina, por exemplo. O certo é divulgar tanto o registro quanto o número de vítimas."
Ano que vem
A Secretaria de Defesa Social, respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, que a previsão é de que passem a contar as vítimas, e não ocorrências, a partir de 2013. O órgão diz que "o sistema de estatísticas utilizado, da Polícia Militar, e que existia desde a década de 80, chamado SM20, não permitia, tecnologicamente, que a contagem fosse de vítimas. Desde a instalação do Reds, Registro de Eventos de Defesa Social, em 2005, isso passou a ser possível. Mas a conclusão da implantação do Reds nas 853 cidades mineiras só terminou no início deste ano."
A Seds também prometeu divulgar os dados de cada município no final deste ano.
O secretário de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, disse que o governo está "trabalhando sempre para diminuir a violência e também os casos de homicídios, que tinham uma tendência de aumento no início de 2012. Avaliando o ano, apesar de pequenos aumentos que podem ocorrer de um mês para o outro, estamos em uma curva decrescente desde abril, conseguindo estabilizar os números de homicídios quando se compara os dados dos nove primeiros meses deste ano com os do ano passado. Como o Estado teve um declínio grande de homicídios desde 2004, e um aumento de 17% na taxa do ano passado, estamos trabalhando para fechar o ano em um patamar de equilíbrio. Nossa perspectiva é que consigamos conter e estabilizar a violência em 2012, para retomar o declínio dos números a partir de 2013.”
A curva de ocorrências oscilou ao longo do ano: a partir de abril, quando houve um pico de 338 homicídios, os números começaram a cair, para aumentarem de novo a partir de junho.
Considerando apenas os 40 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os números também tiveram uma alta de 5,7% neste segundo semestre, com 122 casos em junho e 129 em setembro.
A Seds também divulgou os números de crimes violentos somados e de crimes contra o patrimônio, no Estado e na Grande BH. Nesses casos, houve uma queda a partir de agosto, embora todos os dados mostrem que os crimes haviam subido no mês anterior.
Sem contar vítimas
O pesquisador em segurança pública Claudio Beato, coordenador-geral do Crisp (Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG), diz que os dados do Ministério da Saúde já vinham indicando o crescimento de homicídios em Minas Gerais.
Ele critica os dados divulgados pelo governo de Minas por duas razões: primeiro, porque não foram divulgados os dados de criminalidade por municípios e cidades-polo, como era feito em anos anteriores, tornando impossível a comparação em uma série histórica e, consequentemente, a análise dos números em comparação com anos anteriores.
Segundo, porque as estatísticas se baseiam em registros da Polícia Civil e Militar, e não no número de vítimas. "É uma mágica para diminuir o número de homicídios. Porque pode ter vários homicídios num mesmo registro, numa chacina, por exemplo. O certo é divulgar tanto o registro quanto o número de vítimas."
Ano que vem
A Secretaria de Defesa Social, respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, que a previsão é de que passem a contar as vítimas, e não ocorrências, a partir de 2013. O órgão diz que "o sistema de estatísticas utilizado, da Polícia Militar, e que existia desde a década de 80, chamado SM20, não permitia, tecnologicamente, que a contagem fosse de vítimas. Desde a instalação do Reds, Registro de Eventos de Defesa Social, em 2005, isso passou a ser possível. Mas a conclusão da implantação do Reds nas 853 cidades mineiras só terminou no início deste ano."
A Seds também prometeu divulgar os dados de cada município no final deste ano.
O secretário de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz, disse que o governo está "trabalhando sempre para diminuir a violência e também os casos de homicídios, que tinham uma tendência de aumento no início de 2012. Avaliando o ano, apesar de pequenos aumentos que podem ocorrer de um mês para o outro, estamos em uma curva decrescente desde abril, conseguindo estabilizar os números de homicídios quando se compara os dados dos nove primeiros meses deste ano com os do ano passado. Como o Estado teve um declínio grande de homicídios desde 2004, e um aumento de 17% na taxa do ano passado, estamos trabalhando para fechar o ano em um patamar de equilíbrio. Nossa perspectiva é que consigamos conter e estabilizar a violência em 2012, para retomar o declínio dos números a partir de 2013.”
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