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Equilibrada entre Obama e Romney, eleição começa nos Estados Unidos

Locais de votação em Vermont abriram às 5h locais - 8h em Brasília. Escolha vai até a madrugada de quarta.

Eleitores do estado norte-americano de Vermont começaram, às 5h (horário local; 8h no horário brasileiro de verão) a votar no próximo presidente dos Estados Unidos. Nas próximas horas, as urnas de todos os estados serão abertas, em uma maratona que vai até as 3h de quarta-feira (7) no horário de Brasília.

Os dois principais concorrentes ao posto, o atual presidente, o democrata Barack Obama, e seu adversário republicano, Mitt Romney, terão dias bem diferentes. Obama – que já votou antecipadamente em Chicago 12 dias antes da eleição - reservou um espaço em sua agenda para jogar basquete, uma de suas atividades favoritas que virou um "ritual" para o líder nos dias de eleições.
Imagem: Reproduçãolocal de votação é preparado em Milwaukee, Wisconsin, na tarde desta segunda-feira (5)(Imagem:Reprodução)local de votação é preparado em Milwaukee, Wisconsin, na tarde desta segunda-feira (5)
O presidente passará o dia em Chicago. Sua campanha programou um evento durante a noite, no McCormick Place, onde Obama acompanhará os resultados e comemorará caso seja eleito.

Já Romney votará com sua mulher, Ann, às 8h35 locais (11h35 do horário brasileiro de verão) em Belmont, Massachusetts, pequena cidade de 24 mil habitantes onde o casal se instalou em 1971. Depois, o candidato republicano ainda deve visitar os estados-chave da Pensilvânia e de Ohio. Durante a noite, o casal acompanhará a apuração em um centro de convenções ao sul de Boston, ao lado do candidato a vice na chapa, Paul Ryan.

A campanha no dia da votação é um esforço final de Romney para tentar reverter sua situação. Obama liderou grande parte das pesquisas até o primeiro debate entre os candidatos, do qual o republicano saiu vitorioso e se recuperou. Desde então, as sondagens em âmbito nacional apontam os dois candidatos como tecnicamente empatados nas intenções de voto. Entretanto, considerando estado por estado, a situação muda.

Isso porque, como a eleição é indireta, o resultado em cada estado é o que importa. Ao votarem em um candidato, a população está na verdade escolhendo um colégio eleitoral dentro de seu estado, composto por delegados, que só então elegerá o presidente. Em todo o país, o colégio eleitoral reúne 538 delegados, de 50 estados e do distrito de Columbia, onde fica a capital Washington.

A distribuição é feita com base no censo populacional. Para vencer a disputa, o candidato à presidência precisa ter o voto de 270 delegados no país.

A polarização entre apenas dois partidos faz com que existam nos Estados Unidos regiões tradicionalmente democratas e outras republicanas, que não costumam gerar muita dor de cabeça aos candidatos. Nos chamados "swing states", no entanto, o resultado é imprevisível, e a vitória nessas regiões costuma decidir quem ficará na Casa Branca pelos próximos quatro anos.

Por isso, os esforços dos últimos dias foram concentrados nestes estados – Florida, Pensilvânia, Ohio e Colorado, por exemplo. Para analistas, Obama precisa da Pensilvânia e de Ohio para conseguir ganhar com uma certa folga. Já Romney terá suas chances muito reduzidas caso perca a Flórida para o democrata.
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Filas
Apesar de o voto não ser obrigatório, as eleições – que também irão escolher deputados federais, parte dos senadores, alguns governadores e outros cargos locais – devem levar milhões de pessoas às urnas, com um cenário muito provável de filas pelo país. Dos 315 milhões de habitantes, estima-se que 213 milhões votem. No último pleito presidencial, em 2008, cerca de 64% dos eleitores votaram.

Com tantos cargos a serem escolhidos – e em muitos estados, as cédulas de votação também possuem alguns referendos sobre diversos assuntos – não é incomum que o eleitor passe mais de dez minutos votando. Para tentar evitar esse tipo de problema, dois locais de votação em Bennington, Vermont, decidiram abrir as urnas às 5h, tentando atrair eleitores que desejam evitar as filas.

Tudo isso ocorre mesmo com a possibilidade de voto antecipado – os democratas entraram com um processo neste domingo (4) na Flórida para reivindicar uma ampliação do período de votação antecipada, que terminou no sábado (3) com longas filas em muitos centros eleitorais. Até o sábado, 4 milhões de pessoas já haviam votado antecipadamente, ou cerca de 44% dos eleitores do estado.

Aqueles que não quiserem votar nem em Obama nem em Romney não ficarão sem opção na maior parte dos estados. No total, há 143 candidatos na disputa pela Casa Branca, mas apenas os dois partidos principais podem ser votados em todos os estados e realmente possuem chances de vitória.

Horário de votação
O longo tempo é consequência dos diversos fusos horários de um país continental como os EUA, além das diferenças nas votações entre os estados. Cada unidade da federação tem autonomia para definir suas regras, e mesmo dentro dos estados os locais de votação podem funcionar em horários diferentes. Em todo o país, há colégios eleitorais abrindo entre 5h e 8h, e fechando entre 18h e 21h.

Entre os estados indecisos, considerados decisivos nesta eleição, as urnas fecham às 19h (horário local) na Virgínia e na Flórida (22h no Brasil); às 20h (horário local) na Pensilvânia (23h no Brasil); às 19h (horário local) no Colorado (0h no Brasil); às 19h30 (horário local) em Ohio (22h30 no Brasil).

Considerando os fusos, os últimos estados a encerrar a votação são a Califórnia e o Havaí, às 2h no horário de Brasília, e o Alasca, às 3h também no horário brasileiro de verão. Os três estados, entretanto, possuem seus resultados já praticamente definidos – os dois primeiros são tradicionalmente democratas, enquanto o último é republicano.

A apuração começa logo após o fechamento dos locais de votação, mas não deve ser tão rápida devido ao sistema manual e às diferenças de horário. Resultados apertados podem levar a processos judiciais feitos pelos partidos, além da necessidade de recontagem dos votos caso a diferença entre Obama e Romney seja menor que 0,5 ponto percentual.

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