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Governo do premiê Monti vence moção de confiança na Itália

O governo do premiê Mario Monti venceu um voto de confiança nesta quinta-feira (6) na Câmara, apesar de um partido do ex-premiê Silvio Berlusconi ter se abstido de votar.

Monti venceu o voto sobre cortes nos governos regionais por 281 votos a 77, com 140 abstenções.

O PDL de Berlusconi retirou apoio a Monti, aumentando o risco de eleições antecipadas.

Mas o presidente italiano, Giorgio Napolitano, disse que vai trabalhar para evitar uma crise política no país.

O governo havia obtido com facilidade o voto de confiança no Senado, por 127 a 17, com 23 abstenções, mas a disputa teve impacto nos mercados financeiros, que temem a renovação das turbulências na terceira economia da zona do euro depois de encerrado o mandato de Monti.

As ações italianas ficaram no vermelho e os juros sobre os títulos do governo subiram em meio a rumores de que Monti poderia renunciar.

Monti é amplamente apontado como o responsável pelo restabelecimento da credibilidade da Itália no mercado internacional desde que assumiu o lugar de Berlusconi, no ano passado. No entanto, ele depende do apoio tanto do PDL como do PD no Parlamento, numa aliança marcada por desentendimentos.

Berlusconi diz que pode voltar
Em uma atmosfera política cada vez mais efervescente, Berlusconi deu uma forte indicação na noite de quarta-feira de que voltará atrás do que disse anteriormente e buscará na eleição um quinto mandato como primeiro-ministro.

Em uma entrevista na TV na quinta-feira, o ministro da Indústria, Corrado Passera, expressou forte objeção quanto ao retorno do bilionário de 76 anos que deixou o poder em meio a escândalos políticos e pessoais no auge da crise financeira da zona do erro, no ano passado.

"Tudo o que possa levar nossos parceiros ou o restante do mundo a imaginar que estamos voltando para trás não é algo bom para a Itália", declarou o ministro à TV estatal RAI.

Em resposta, os senadores do PDL preferiram optar por uma ação simbólica limitada em vez de se absterem ou votar contra a moção de confiança, o que levaria ao fim do governo de Monti, há um ano no poder.
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