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Professor envia carta de desabafo para secretário de segurança Robert Rios

Professor e jornalista Orlando Berti escreve carta de desabafo contra violência e pede providências de secretário

Imagem: Arquivo PessoalClique para ampliarProfessor Orlando Berti escreve desabafo para secretário Robert Rios(Imagem:Arquivo Pessoal)Professor Orlando Berti escreve desabafo para secretário de segurança Robert Rios
O professor Doutor em Comunicação Social Orlando Berti fez um desabafo sobre recentes episódios de violência pelos quais passaram sua família.

Após passarem por situações extremas, de ameaças chegando até a agressão física, ele relata em carta dirigida ao secretário de segurança Robert Rios, os diversos motivos e problemas pelas quais passam o estado.

A carta foi originalmente publicada em sua coluna Crônicas da Europa, no portal Riachão net de Picos para o qual colabora.


Veja aqui a carta na íntegra.


Prezado deputado Robert Rios Magalhães, atual secretário de Segurança Pública do Piauí:

Confesso que não sei como estou conseguindo escrever esta carta, que é um documento rouco e desesperado de um simples cidadão piauiense que ainda acredita no senhor, na sua honrada Polícia Civil, na Polícia Militar do Piauí e no Estado Democrático.

Infelizmente tive de deixar aí em Teresina a minha razão de viver, minha mãe Cristina Berti: que passou mais da metade de sua vida dando seu sangue pelo Estado, sendo educadora e continuando a ser exemplar cidadã. Ela faz parte daquela categoria que o senhor recentemente ofendeu ferinamente. Lembra?! Eu lembro!

Minha mãe mora sozinha com minha irmã Moris Graziella, por sinal, sua eleitora (ela diz sempre votar no senhor por simpatia a seu trabalho). Tanto ela como minha mãe também votaram no governador Wilson Martins (cansei de discutir com elas sobre os molim-molim da vida).

Elas residem no Centro de Teresina, onde pagam um aluguel mais caro por conta da suposta sensação de segurança nessa região da cidade. Elas moram relativamente próximo a um PPO, a três delegacias da Polícia Civil a Central de Flagrantes e não muito longe da sede da PC-PI e da PM-PI.

O principal motivo desta carta é dizer o quanto essa maldita insegurança, que o senhor, seu Wilson Martins e seus assessores são incompetentes em resolver. Essa insegurança que só cresce no Piauí. Essa insegurança gerada pelas malditas drogas. Essa insegurança gerada pela falência da Justiça do Piauí.

No espaço de menos de 10 dias minha irmã e minha mãe escaparam da morte duas vezes graças a maldita criminalidade que o senhor e sua Polícia Civil não conseguem barrar. Pois, como vimos em Parnaíba: nem algema a PC tem.

Ainda me tremo, pois estou a 11.000 km de distância da minha família, e acabo de saber que após minha mãe escapar de tiroteio ocorrido em plena luz do dia em pleno centro da cidade, dessa vez, em pleno pingo do meio dia, dois rapazes (com idade inferior a 20 anos) abordaram ela e minha irmã em um dos supermercados da região Central de Teresina. Minha irmã foi agredida fisicamente, teve seus pertences roubados e minha mãe teve arma apontada para a cabeça.

Imagina só o que tem passado em minha cabeça? Imagina só o que é ouvir uma ligação de uma mãe em estado de choque? Na semana passada ela foi bater no hospital. Ainda hoje pela manhã estava fazendo exames: pois esteve bem próxima de um AVC.

Será que o senhor terá de passar o mesmo com seus familiares para tomar ações enérgicas? Ou vai continuar botando a culpa em professores, em outras categorias?

Tenho um profundo respeito pelo senhor e pela Polícia Civil e, mais ainda pela Polícia Militar do Piauí, mas chega a ser imoral que tenhamos de nos esconder em casa, ficar com medo de sair às ruas (minha mãe, aposentada, está com medo), de que nós é que tenhamos de ficar presos em vez dos bandidos?

Como professor, acredito em um Brasil melhor, em um Piauí melhor, mas para melhorar tem de haver uma extremada mudança de vergonha na cara de todos os políticos.


Orlando Maurício de Carvalho Berti
Jornalista, professor universitário, cidadão piauiense (ainda com muito orgulho).



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