Exército aumenta segurança do Papa, que pode ter até 6 helicópteros
Em Guaratiba, serão 7 mil soldados; 400, de terno, estarão na área do altar. Vaticano pediu atenção a momentos em que Pontífice se aproximar de fiéis.
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarVaticano quer contato próximo do Papa com fiéis durante a JMJ e pediu atenção à segurança
Às vésperas da chegada do Papa Francisco ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, o Exército anunciou um aumento no número soldados que serão usados para segurança do Pontífice em Guaratiba, onde ele rezará uma missa no domingo (28). A expectativa é que mais de um milhão de pessoas participe do ato.
A previsão inicial era que 4 mil homens atuariam no cerco do terreno do Campus Fidei, onde será a vigília. Agora, serão ao menos 7 mil, que farão também a segurança dos fiéis durante a celebração, responsabilidade que ficaria a cargo de uma empresa privada.
No palco, o altar da celebração, estarão 400 militares usando terno e gravata e mais 80 agentes da Polícia Federal (outros 70 estarão disponíveis em caso de necessidade). Incluindo o efetivo que será empregado em Aparecida (SP), o total de soldados empregados durante a "operação Papa" chegará a 10.200.
Também há a previsão do número de helicópteros disponíveis para a comitiva papal, inicialmente previstos em 4 unidades militares Super Puma, passe para 6, incluindo agora uma aeronave UTI privada e um outro helicóptero de configuração VIP, que é usado pela Presidência da República e poderia ser cedido para a ocasião, segundo o coronel Alberto Correa, da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.
Oficialmente, estão confirmados até o momento os 4 helicópteros militares: um modelo branco da Aeronáutica, que também possui a configuração VIP, e com capacidade de 6 passageiros, e outros três Super Puma, um da FAB, outro da Marinha e outro do Exército, com a camuflagem normal, e capacidade para até 12 passageiros. Nenhum deles será pintado, diz o Exército.
Já a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) recebeu do Vaticano a recomendação para que haja cuidado e "atenção" nos momentos em que o Papa se aproximará dos fiéis.
Atenção a momentos com fiéis
Segundo o coronel Paulo Cruz, a maior preocupação não está em um atentado, mas em um incidente que poderia ser provocado pela comoção dos fiéis. “O chefe da segurança pessoal do Papa nos disse que ele quer muito contato com o povo, não quer ficar isolado. E a segurança tem que ter muita atenção nestes momentos em que ele se aproximar das pessoas porque pode gerar um risco”, diz Cruz.
A recomendação para cuidados com a segurança durante a aproximação partiu do comandante Corpo da Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano, Domenico Giani, que coordena a proteção do pontífice e esteve no Rio em junho.
“Se uma pessoa tenta tocá-lo, vários outros podem tentar e isso gerar um incidente de risco sobre ele. Mesmo sem ter a intenção de ataca-lo, mas como um geste de carinho, pode gerar uma situação problemática”, diz o coronel.
Cruz minimiza riscos ao Papa Francisco, mas lembra que o turco Mehmet Ali Agca, preso na Praça de São Pedro, no Vaticano, após atirar contra João Paulo II em 1981, não tinha antecedentes criminais. No atentado, o Pontífice ficou gravemente atingido por tiros.
“A Jornada é um evento que vai mudar toda a cidade e terá repercussão mundial. Nossa preocupação é atender os dois lados: mostrar o lado popular do Papa e realizar a Jornada com segurança”, admite o oficial.
Passeio de papamóvel na praia
A maioria dos deslocamentos do Papa será de helicóptero. Ele não fará nenhum percurso de carro. Para chegar à praia de Copacabana, onde falará com os jovens em dois dias do evento, ele seguirá da residência da Igreja no Sumaré, onde ficará hospedado, até o Forte de Copacabana por meio aéreo.
Do Forte, segue de papamóvel pela orla até o palco. O objetivo, diz o coronel Cruz, é que ele seja visto e possa ter contato com o público. “Pode ser que ele desça do papamóvel em algum momento para ficar mais perto dos fiéis, mas esta decisão será dele”, explica.
A recomendação do Brasil é para que o Papa use um vidro com proteção balística para o pronunciamento na orla. Um grupo de 20 agentes da PF descaracterizados, farão a segurança aproximada do Papa em Copacabana. Outros 40, com uniforme da PF, ficarão no entorno.
Já na comunidade de Manguinhos, onde o religioso fará uma visita no dia 25 de julho, está prevista uma caminhada pequena, de entre 50 e 100 metros, para que ele se desloque até a casa de um morador. “Avaliamos várias casas, mas não vamos divulgar em qual ele vai entrar. Até mesmo o morador não vai saber, iremos informar apenas horas antes para que não haja nenhum risco”, diz o coronel.
Área da Guarda Suíça
Já no Palácio São Joaquim, onde a comitiva papal realizará suas atividades, a responsabilidade pela segurança será da Guarda Suíça.
“Aquele local será considerado uma área de consular, como se o Papa estivesse na casa dele”, explica o coronel. Na sacada do Palácio o Pontífice fará a Oração do Angelus no dia 26. “Este momento será como se ele fizesse um discurso na Basílica de São Pedro, como se estivesse na casa dele. A segurança toda é da Guarda Suíça”, acrescentou.
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