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Rodrigo Janot diz que foi armado ao STF para matar Gilmar Mendes

“Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar] e depois me suicidar”, afirmou Janot em entrevista ao Estadão.

Nessa quinta-feira, 26 de setembro, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou ao Estadão que, durante sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes.

“Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar] e depois me suicidar”, afirmou Janot. Segundo o ex-procurador-geral, logo depois dele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar Mendes, o ministro teria difundido “uma história mentirosa” sobre sua filha e isso o teria “tirado do sério”.

  • Foto: Agência BrasilRodrigo Janot e Gilmar Mendes.Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, e Gilmar Mendes, ministro do STF.

Conforme citado pela reportagem, Janot, na condição de chefe do Ministério Público Federal (MPF), em maio de 2017, teria pedido o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, argumentando que Guiomar Mendes, esposa do ministro, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário.

O ministro, ao enviar ofício de defesa para a então presidente do STF, Cármen Lúcia, afirmou que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Segundo Gilmar, a filha do ex-chefe da PGR poderia na época “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Operação Lava Jato”.

“Foi logo depois que eu apresentei a sessão [...] de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal... e aí eu saí do sério”, comentou Janot ao Estadão.

Mão de Deus

O ex-procurador-geral ainda relatou que teria ido ao STF armado e, antes da sessão, encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. “Ele estava sozinho. Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo. Foi a mão de Deus”, disse ao justificar porque não teria concretizado a ação.

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