Novas escolas militares serão construídas pelo governo do Piauí
Em 2015, foi implantada na Unidade Escolar Dirceu Arcoverde, a escola militar do Piauí, que promove o ensino regular em um regime de disciplina, com noções de cidadania e civismo.
Trabalhar a melhoria e qualidade das escolas estaduais é uma das principais metas do governo estadual. Neste ano foi implantada na Unidade Escolar Dirceu Arcoverde, a escola militar do Piauí, que promove o ensino regular em um regime de disciplina, com noções de cidadania e civismo.
O GP1 vai mostrar um pouco sobre a escola militar, inaugurada em agosto de 2015, que deve ser usada como exemplo pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que pretende implantar mais duas escolas militares em Teresina e nas maiores cidades do interior, principalmente nas localidades com alto índice de criminalidade.
O GP1 visitou o colégio e falou com coordenadora pedagógica Francisca Costa, que considerou positiva a mudança para o regime militar. Antes, o funcionamento era no regime integral, mas com um ensino médio técnico profissionalizante para alunos do 1º ao 3º ano. Agora a escola vai ter apenas ensino médio regular, mas no regime militar. Atualmente a ela conta com cerca de 500 alunos.
“Quando houve a mudança, a gente tirou a parte técnica só do primeiro ano. Aí ficou o 2º e 3º ano técnico, aí no próximo ano só vai ficar terceiro ano como profissionalizante. Em 2018 sai toda a parte técnica e fica só o ensino regular. Então, está sendo tirado gradativamente para que os alunos não sejam prejudicados. A escola é gerenciada pela Polícia Militar e mantida pelo governo estadual”, declarou.
Segundo Francisca, todos os pais tiveram que assinar documento autorizando a mudança para o regime militar, já que isso acabaria com o ensino técnico profissionalizante.
“Foi feita reunião com os pais e com todos os alunos. Todos os pais compareceram e colocamos a situação sobre a necessidade de mudança e foi questionado o que eles achavam de mudar para o regime militar. Os pais aceitaram e assinaram um documento permitindo que a escola iniciasse o processo para mudança. Foi feito todo um levantamento e mediante as assinaturas fizemos a mudança”, explicou a coordenadora.
A escola funciona em regime integral, de 7h às 16h30. Um dos diferenciais que esse tipo de escola possui, além de um sistema rigoroso, é a inclusão de algumas disciplinas militares. Uma delas é a “Ordem Unida”, que trabalha a questão dos símbolos nacionais, assim como desfile cívico, respeito da hierarquia, da obediência, entre outros.
Outra disciplina é a de “Instrução Geral”, onde os alunos aprendem sobre legislação, noções gerais sobre a Polícia Militar, o Estatuto da Criança e do Adolescente e do Idoso, Primeiros Socorros, além da parte envolvendo a questão de ética e cidadania. A outra disciplina é a de Libras, que não entrou nesse ano, mas vai ser incluída em 2016.
“Aqui o público é civil, fora a gestão que é militar. Também existem alguns militares que trabalham diretamente com os alunos, que são os chamados monitores. Para cada série existe um monitor que faz um intermédio entre a turma, a coordenação e a gestão. Ele é responsável por manter a disciplina na sala de aula pela qual eles são responsáveis. Em relação as disciplinas militares, elas são obrigatoriamente ministradas por militares qualificados”, afirmou.
A coordenadora Fancisca Costa afirmou que o colégio registrava, antes da mudança, alguns casos de indisciplina, o que não acontece mais desde o início do regime militar.
“Em relação a violência, há nas escolas públicas em geral um desrespeito, onde tem alunos batendo em professor e o professor não pode se defender porque é um menor de idade. Aí dentro do regime militar há normas mais rígidas. Os casos que existiam aqui eram de indisciplina. Houve aluno que jogou bomba dentro do banheiro. Agora, de agosto para cá, não teve nada significativo, existe uma indisciplina de adolescente, de uma conversa a mais na sala de aula, mas nada mais grave. Até no primeiro semestre houve casos de atentado ao patrimônio como jogar como jogar bomba no banheiro, mas depois [da mudança] não teve nenhum caso”, afirmou.
Para ingressar na escola os interessados vão ter que passar por teste seletivo. “Vai ser feito teste seletivo. Só entra assim. Mesmo filho de militar, precisa faze o teste. São 30% das vagas para os filhos de militares e 70% para a comunidade civil. Quem já é aluno, se for aprovado, ele já passa para o ano seguinte”, afirmou.
No início de dezembro, a Seduc lançou edital sobre a data do processo seletivo e sobre onde serão feitas as inscrições.
Liceu Piauiense
Considerada uma das principais escolas do Piauí e uma referência em ensino. O colégio Estadual Zacarias de Góis, mais conhecido como Liceu Piauiense, passou por uma longa reforma, que foi concluída no final do ano passado.
Com 170 anos, a unidade escolar teve reforma iniciada em 2014, mas foi paralisada por falta de repasses. No início de 2015 a obra foi retomada e ficou orçada em R$ 3.698.620,87 milhões. Os mais de 1.300 alunos foram transferidos para Unidade Escolar Anísio de Abreu, no bairro Cabral, e o Instituto de Educação Antonino Freire, no Pirajá.
A secretária de Educação, Rejane Dias, destacou a importância da retomada da obra no Liceu Piauiense. “O Liceu era uma das obras que estava paralisada. O liceu é histórico, é uma escola de referência para nós do Estado do Piauí e conseguimos a retomada dessas obras, alimentando o Simef, que é o sistema de acompanhamento de obras do FNDE”, destacou a secretária.
O Liceu possui mais de duzentos funcionários, dentre professores e servidores. A estrutura física é formada de 22 salas de aula, laboratórios, um auditório, diretoria, secretaria, sala do arquivo, refeitório, sala de professor, biblioteca, quadra de esporte, setores de educação física e de artes. Todos os espaços foram reformados.
Destaque nacional
A Unidade Escolar Augustinho Brandão, localizada na cidade de Cocal do Alves, é considerada a escola pública de maior referência no Piauí. Localizada em um dos municípios mais pobres do país, a escola já garantiu 153 medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep), sendo 16 delas somente neste ano. A escola funciona em um período de 7h30 até 16h30.
Além disso, possui um grande nível de aprovação dos seus alunos no vestibular. Para se ter uma ideia, em 2010, a escola conseguiu aprovar todos os alunos que fizeram vestibular. Atualmente a escola possui aprovação de 70% a 80% nas universidades Federal e Estadual. A escola ainda teve o melhor desempenho no Exame do Ensino Médio (Enem), entre as escolas localizadas nas regiões mais pobres do país.
O Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no Dia do Professor, comemorado em 10 de outubro, decidiu visitar a escola Augustinho Brandão para entender o sucesso dela e assim levar a mesma proposta para outros Estados.
Dados
Atualmente existem 665 escolas estaduais, com 42 em tempo integral e mais 70 escolas profissionalizantes. Sendo que 62 estão em obras, seis devem ter as obras retomadas com recursos do FNDE e 87 obras ainda estão paralisadas. Também há 141 obras concluídas e pagas, além de 19 embargadas. Além disso, 29 escolas estão com ambientes interditados após vistorias encontrarem irregularidades nos telhados.
O GP1 vai mostrar um pouco sobre a escola militar, inaugurada em agosto de 2015, que deve ser usada como exemplo pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que pretende implantar mais duas escolas militares em Teresina e nas maiores cidades do interior, principalmente nas localidades com alto índice de criminalidade.
O GP1 visitou o colégio e falou com coordenadora pedagógica Francisca Costa, que considerou positiva a mudança para o regime militar. Antes, o funcionamento era no regime integral, mas com um ensino médio técnico profissionalizante para alunos do 1º ao 3º ano. Agora a escola vai ter apenas ensino médio regular, mas no regime militar. Atualmente a ela conta com cerca de 500 alunos.
“Quando houve a mudança, a gente tirou a parte técnica só do primeiro ano. Aí ficou o 2º e 3º ano técnico, aí no próximo ano só vai ficar terceiro ano como profissionalizante. Em 2018 sai toda a parte técnica e fica só o ensino regular. Então, está sendo tirado gradativamente para que os alunos não sejam prejudicados. A escola é gerenciada pela Polícia Militar e mantida pelo governo estadual”, declarou.
Segundo Francisca, todos os pais tiveram que assinar documento autorizando a mudança para o regime militar, já que isso acabaria com o ensino técnico profissionalizante.
“Foi feita reunião com os pais e com todos os alunos. Todos os pais compareceram e colocamos a situação sobre a necessidade de mudança e foi questionado o que eles achavam de mudar para o regime militar. Os pais aceitaram e assinaram um documento permitindo que a escola iniciasse o processo para mudança. Foi feito todo um levantamento e mediante as assinaturas fizemos a mudança”, explicou a coordenadora.
A escola funciona em regime integral, de 7h às 16h30. Um dos diferenciais que esse tipo de escola possui, além de um sistema rigoroso, é a inclusão de algumas disciplinas militares. Uma delas é a “Ordem Unida”, que trabalha a questão dos símbolos nacionais, assim como desfile cívico, respeito da hierarquia, da obediência, entre outros.
Outra disciplina é a de “Instrução Geral”, onde os alunos aprendem sobre legislação, noções gerais sobre a Polícia Militar, o Estatuto da Criança e do Adolescente e do Idoso, Primeiros Socorros, além da parte envolvendo a questão de ética e cidadania. A outra disciplina é a de Libras, que não entrou nesse ano, mas vai ser incluída em 2016.
“Aqui o público é civil, fora a gestão que é militar. Também existem alguns militares que trabalham diretamente com os alunos, que são os chamados monitores. Para cada série existe um monitor que faz um intermédio entre a turma, a coordenação e a gestão. Ele é responsável por manter a disciplina na sala de aula pela qual eles são responsáveis. Em relação as disciplinas militares, elas são obrigatoriamente ministradas por militares qualificados”, afirmou.
A coordenadora Fancisca Costa afirmou que o colégio registrava, antes da mudança, alguns casos de indisciplina, o que não acontece mais desde o início do regime militar.
“Em relação a violência, há nas escolas públicas em geral um desrespeito, onde tem alunos batendo em professor e o professor não pode se defender porque é um menor de idade. Aí dentro do regime militar há normas mais rígidas. Os casos que existiam aqui eram de indisciplina. Houve aluno que jogou bomba dentro do banheiro. Agora, de agosto para cá, não teve nada significativo, existe uma indisciplina de adolescente, de uma conversa a mais na sala de aula, mas nada mais grave. Até no primeiro semestre houve casos de atentado ao patrimônio como jogar como jogar bomba no banheiro, mas depois [da mudança] não teve nenhum caso”, afirmou.
Para ingressar na escola os interessados vão ter que passar por teste seletivo. “Vai ser feito teste seletivo. Só entra assim. Mesmo filho de militar, precisa faze o teste. São 30% das vagas para os filhos de militares e 70% para a comunidade civil. Quem já é aluno, se for aprovado, ele já passa para o ano seguinte”, afirmou.
No início de dezembro, a Seduc lançou edital sobre a data do processo seletivo e sobre onde serão feitas as inscrições.
Liceu Piauiense
Considerada uma das principais escolas do Piauí e uma referência em ensino. O colégio Estadual Zacarias de Góis, mais conhecido como Liceu Piauiense, passou por uma longa reforma, que foi concluída no final do ano passado.
Com 170 anos, a unidade escolar teve reforma iniciada em 2014, mas foi paralisada por falta de repasses. No início de 2015 a obra foi retomada e ficou orçada em R$ 3.698.620,87 milhões. Os mais de 1.300 alunos foram transferidos para Unidade Escolar Anísio de Abreu, no bairro Cabral, e o Instituto de Educação Antonino Freire, no Pirajá.
A secretária de Educação, Rejane Dias, destacou a importância da retomada da obra no Liceu Piauiense. “O Liceu era uma das obras que estava paralisada. O liceu é histórico, é uma escola de referência para nós do Estado do Piauí e conseguimos a retomada dessas obras, alimentando o Simef, que é o sistema de acompanhamento de obras do FNDE”, destacou a secretária.
O Liceu possui mais de duzentos funcionários, dentre professores e servidores. A estrutura física é formada de 22 salas de aula, laboratórios, um auditório, diretoria, secretaria, sala do arquivo, refeitório, sala de professor, biblioteca, quadra de esporte, setores de educação física e de artes. Todos os espaços foram reformados.
Destaque nacional
A Unidade Escolar Augustinho Brandão, localizada na cidade de Cocal do Alves, é considerada a escola pública de maior referência no Piauí. Localizada em um dos municípios mais pobres do país, a escola já garantiu 153 medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep), sendo 16 delas somente neste ano. A escola funciona em um período de 7h30 até 16h30.
Além disso, possui um grande nível de aprovação dos seus alunos no vestibular. Para se ter uma ideia, em 2010, a escola conseguiu aprovar todos os alunos que fizeram vestibular. Atualmente a escola possui aprovação de 70% a 80% nas universidades Federal e Estadual. A escola ainda teve o melhor desempenho no Exame do Ensino Médio (Enem), entre as escolas localizadas nas regiões mais pobres do país.
O Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no Dia do Professor, comemorado em 10 de outubro, decidiu visitar a escola Augustinho Brandão para entender o sucesso dela e assim levar a mesma proposta para outros Estados.
Dados
Atualmente existem 665 escolas estaduais, com 42 em tempo integral e mais 70 escolas profissionalizantes. Sendo que 62 estão em obras, seis devem ter as obras retomadas com recursos do FNDE e 87 obras ainda estão paralisadas. Também há 141 obras concluídas e pagas, além de 19 embargadas. Além disso, 29 escolas estão com ambientes interditados após vistorias encontrarem irregularidades nos telhados.
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