Polícia diz que influenciador Ítallo Bruno "lavou" R$ 4 milhões de facção
O superintendente de Operações Integradas da SPP-PI, delegado Matheus Zanatta, explicou que o influenciador é suspeito de liderar esquema de lavagem.A partir de rifas online, o influenciador Ítallo Bruno, alvo da Operação Jogo Sujo, supostamente, teria movimentado cerca de R$ 4 milhões na prática de lavagem de dinheiro para uma facção criminosa. A informação foi detalhada pela Polícia Civil do Piauí nesta quinta-feira (11), que prendeu onze pessoas em Teresina.
O superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI), delegado Matheus Zanatta, explicou que o influenciador é o líder do esquema de lavagem, que dura há mais de um ano, e o dinheiro era manejado por um membro de facção criminosa que está preso.
“Esse pessoal angariava dinheiro dessas rifas, distribuída para outras pessoas e elas compravam imóveis, carros e motos de luxo com o intuito de dar legalidade a esse dinheiro por isso ficou caracterizado como lavagem de capitais. Além disso, esse dinheiro estava sendo movimentado por uma pessoa que está no sistema prisional, é faccionada, e possivelmente o principal alvo da operação, que é o Ítallo, ele lavava dinheiro para essa facção criminosa”, esclareceu.
As investigações sobre o esquema iniciaram ainda em julho de 2023 e o inquérito foi presidido pelo delegado Alisson Macedo, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. Além das prisões, foram apreendidos veículos luxuosos, como Porsche, Audi e BMW.
Segundo o delegado Humberto Macola, outro crime identificado foi a ocultação de bens de alto valor, isto porque alguns veículos e casas não estavam no nome do influenciador, que se dizia proprietário.
“Essa operação denominada jogo sujo teve início no mês de julho de 2023 e ela visou exatamente adentrar nos bastidores desses jogos de azar. Nossa investigação conseguiu encontrar indícios de lavagem de dinheiro desses jogos de azar que muitas das vezes na superfície as pessoas acham que é inofensivo, mas quando mergulhamos nas profundezas desses jogos nós percebemos transferências para organizações criminosas, lavagem de dinheiro, ocultação de bens de alto valor, casas em condomínio de luxo”, pontuou.
Além disso, foi detalhado pelo delegado Alisson Macedo que as investigações constaram discrepâncias no patrimônio declarado. “O Ítallo foi o ponto focal, foi de onde partiu as denúncias que a gente recebeu e a partir dele que encaminhamos a investigação. O que a gente percebeu foram várias discrepâncias, bem nítidas, de patrimônio. Identificamos que ele tinha uma renda declara de R$ 2 mil reais e uma empresa cadastrada de mil reais e tava faturando quase 2 milhões no período de três meses. Foi movimentado aproximadamente uns R$ 4 milhões entre bens e ativos, dinheiro”, informou.
Outros presos na Operação Jogo Sujo são “funcionários” de Ítallo Bruno, um deles é um servidor da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), que teria uma participação menor no caso.
“Até o momento da investigação, entendemos ele como o líder, tem toda a estruturação de uma organização criminosa, tanto é que está sendo imputado esse crime para ele. Ele tinha umas pessoas que serviam ele, como se fossem funcionários, que organizavam as rifas, os carros, tinha contador, que fazia os balanços informais de quanto ele faturava por mês. Eles estão trabalhando com essas rifas há aproximadamente um ano e meio, o que notamos é que ele saiu de um motoboy para um multimilionário”, revelou.
A Polícia Civil informou ainda que os ganhadores das rifas terão que devolver os bens conquistados, se for comprovado que são produtos de crime.
A defesa do influenciador Ítallo Bruno informou que ele ainda não foi ouvido e que não pode entrar em detalhes porque o inquérito policial é sigiloso.