Disputa entre facções motivou chacina na Santa Maria da Codipi, diz Chico Lucas

Na manhã desta sexta-feira (04), o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, falou sobre as circunstâncias das mortes ocorridas na noite de quinta-feira(03) na zona Norte de Teresina. O secretário afirmou que as ações violentas foram resultado de uma disputa territorial entre as facções criminosas Bonde dos 40 e PCC, gerando uma série de homicídios e ataques na área da Grande Santa Maria da Codipi.

Segundo Chico Lucas, o conflito teve início quando Israel, membro do PCC e liderança criminosa, foi alvo de um atentado em sua residência. O ataque vitimou sua esposa, Bárbara, que estava grávida. “Ele [Israel] já havia sido preso recentemente pelo DENARC, na operação 'Denarc 54', em 30 de setembro, e foi solto no dia 2 de outubro. Menos de 24 horas após a sua liberação, ele sofreu o atentado, desencadeando uma série de reações violentas”, explicou o secretário.

Ainda conforme o secretário, a morte de Bárbara motivou Israel a retaliar o grupo rival, atingindo diretamente pessoas ligadas ao Bonde dos 40. Entre as vítimas dos ataques subsequentes estão Gilvan, uma das lideranças do Bonde dos 40, que também cumpre pena em regime domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica; Jennifer, prima de Gilvan; e Wellington, menor de idade e filho de Gilvan. Todos foram atingidos em ações violentas que, segundo Chico Lucas, envolvem não apenas a rivalidade entre facções, mas também uma briga familiar.

“Israel, se sentindo atingido pela morte da sua mulher, acabou atacando pessoas próximas ao Gilvan”, destacou. O secretário apontou ainda que, na tentativa de enfraquecer a organização rival, Israel buscou atingir seus desafetos de maneira sistemática, inclusive matando o homem que havia o denunciado recentemente à polícia.

Desde a noite de quinta-feira, uma força-tarefa composta por agentes do DENARC, DRACO, Polícia Civil e Polícia Militar está em operação na região. Chico Lucas confirmou a prisão de três envolvidos nos atentados: J.V (irmão de Israel), J.I e Maciel. “Esses três indivíduos já tinham sido presos na operação Denarc 54 e foram liberados no dia 2 de outubro. Eles já estão novamente sob custódia”, ressaltou. O secretário informou ainda que a polícia está no encalço de outros dois suspeitos: Ruan e o próprio Israel.

Além das prisões já efetuadas, outras ações de segurança estão sendo implementadas para tentar controlar a situação e garantir a segurança na região. Uma das medidas anunciadas foi a intensificação de diligências e operações com foco na prisão de membros das facções envolvidas. A força-tarefa deverá durar até 5 de novembro, com reforço nas equipes de segurança e articulação junto ao Judiciário para assegurar que as prisões sejam mantidas.

“Estamos aqui prestando esclarecimentos à população e garantindo que não vamos tolerar a continuidade desses crimes. Todas as forças especializadas estão atuando desde ontem, e esse esforço concentrado será mantido pelo próximo mês para garantir a segurança dos moradores”, afirmou Chico Lucas.

Durante coletiva de imprensa, o secretário expressou preocupação com a dificuldade de manter os criminosos presos, mesmo após serem detidos em flagrante. “Infelizmente, estamos enfrentando dificuldades na manutenção dessas pessoas presas. Todos os suspeitos de cometerem os homicídios foram presos no final de setembro e liberados no início de outubro. Menos de 24 horas após a liberação, cometem mais crimes. É um cenário que preocupa e exige uma resposta enérgica”, declarou.