HUT está em uma situação desastrosa, diz Fábio Novo sobre interdição
O pré-candidato falou sobre a possível interdição do HUT, que pode ocorrer se os problemas no hospital não forem sanados, segundo admitiu o Conselho Regional de Medicina do Estado.Nesta sexta-feira (08), o pré-candidato a prefeito da capital, deputado Fábio Novo (PT), declarou em entrevista ao Viagora que o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) tem um problema de gestão e se encontra em uma situação desastrosa.
O petista falou sobre a possível interdição em alguns setores do HUT, que segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-PI), Dr. João Araújo, pode ocorrer se os problemas não forem sanados. Fábio Novo afirmou que na administração do prefeito Dr. Pessoa, que é médico, existe um sério problema na área da saúde.
“Temos um problema muito sério na área da saúde, esse problema fez com que praticamente nós tivéssemos a insolvência do sistema, infelizmente chegamos a essa situação no município. Estive conversando com o diretor e ele colocou da necessidade de, por exemplo, nós termos um sistema de controle do estoque de farmácia, eles não tem prontuário eletrônico então demora, a enfermagem não se comunica de forma tão rápida. Então, é preciso modernizar essa questão da gestão do hospital”, afirmou.
De acordo com o pré-candidato, é preciso modernizar os processos internos do hospital e garantir que os serviços sejam fornecidos com qualidade.
“Lamento que isso tudo esteja acontecendo e a minha torcida é para que o município consiga acertar e resolver essa situação do HUT com gestão, colocando tecnologia a serviço para otimizar todos os procedimentos do hospital, o problema é que não tem essa gestão no hospital , a partir do momento que se fizer isso você terá uma gestão mais moderna para resolver os problemas do HUT”, explicou.
Em relação à falta de medicamentos, problema que atinge diretamente os pacientes tratados no HUT, o deputado enfatizou que a gestão tem feito os processos de contratação de forma improvisada e que por isso o hospital de urgência da capital permanece com os mesmos problemas.
“É preciso fazer licitações, infelizmente o município não fez as licitações para aquisição de remédios, insumos básicos, tudo tem sido feito de forma muito improvisada. É necessário fazer licitações, pregões eletrônicos, adesão de atas e fazer um planejamento para que não falte, mas se não tem o processo licitatório, para ter segurança jurídica, para que as empresas possam fornecer sabendo que depois irão receber fica toda essa situação desastrosa no HUT, é uma pena”, pontuou.
Fábio Novo explicou que o município tem os recursos necessários, mas falta o devido planejamento para que não faltem insumos básicos.
“Tem recursos, mas eles precisam ser bem geridos, como eu falei: não tem planejamento, não tem licitações para medicamentos e insumos, tudo é feito ainda de forma emergencial e com isso tem a insegurança jurídica. É preciso organizar a gestão”, pontuou.
Entenda o caso
Nessa terça-feira (05), o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) solicitou ao Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-PI), através de ofício jurídico, a urgente interdição ética do trabalho médico no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
De acordo com o SIMEPI, após o recebimento de denúncias que apontaram a ausência de condições mínimas de trabalho, além da estrutura precária, foi necessário pedir que os médicos sejam proibidos de trabalhar, a fim de salvaguardar a segurança do profissional, bem como dos pacientes.
O sindicato também tomou conhecimento acerca do desabastecimento da farmácia do HUT, que há meses não dispõe de medicamentos básicos, como antibióticos, analgésicos e morfina.
Posicionamento do CRM-PI
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), Dr. João Araújo Moura Fé, se posicionou nesta quinta-feira (07), em vídeo obtido pelo Viagora, sobre o caso e revelou que existe a possibilidade de interdição ética parcial no HUT.
Segundo o conselho, uma fiscalização foi realizada na unidade de saúde nessa quarta-feira (06), onde foram apurados os problemas denunciados e, após os levantamentos, a equipe técnica elaborou um relatório, que já foi encaminhado às autoridades competentes.
“Encaminhamos o relatório para as autoridades competentes para que as irregularidades sejam solucionadas, de uma maneira administrativa, mas se isso persistir, nós podemos aprovar indício de interdição ética parcial em alguns setores do HUT para que resolvam esses problemas”, afirmou.
Se as irregularidades identificadas no maior hospital de urgência da capital não forem sanadas, o presidente do CRM-PI, Dr. João Araújo, declarou que alguns setores do HUT podem ser interditados.