Policiais militares são acusados de espancarem quilombola em Redenção do Gurguéia

O fato aconteceu nessa terça-feira (23) na porta de uma escola na comunidade quilombola Brejão dos Aipins.

O advogado e pré-candidato a vereador da cidade de Redenção do Gurguéia, Dr. Marcos Rocha de Amorim Filho, denunciou ao Viagora que um jovem quilombola identificado como Eduardo teria sido espancado nessa terça-feira (23) por policiais militares em frente a uma escola na comunidade quilombola Brejão dos Aipins, há 28 km do município.

De acordo com o político, o fato aconteceu quando a vítima, conhecida por "Dudu", estava em um telefone público, localizado na frente da escola, aguardando a ligação de sua irmã, que mora em Curimatá.

O advogado relatou que um homem denunciou à Polícia Militar sobre a ocorrência de uma briga entre dois jovens e durante patrulhamento os agentes de segurança avistaram Eduardo e o abordaram. Após isso, a vítima foi levada para uma região de matagal onde os policiais a teriam espancado, deixando com marcas da agressão nas costas e o com olho avermelhado.

Segundo o denunciante, familiares alegaram que o jovem foi confundido pelos policiais como sendo um dos que estavam brigando.

Indignados com a situação, a família de Eduardo foi orientada a fazer um Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia e também realizar exame de corpo de delito.

A Escola Rural Filomena Nunes, na qual o jovem estuda, emitiu uma nota de repúdio e destacou indignação diante do caso afirmando que a ação da polícia foi “arbitrária”.

"A Polícia Militar que nesta tarde abordou um rapaz sem ter a certeza de quem se tratava e espancou, deixando marcas, o rapaz é aluno desta escola. Fica aqui o nosso protesto e indignação. Que a justiça tome conhecimento e se manifeste".

Nota da Associação Quilombola 

Também em nota, a Associação Quilombola Brejão dos Aipins e Adjacências narra os fatos e aponta que as situações neste contexto têm sido recorrentes nas comunidades quilombolas, além de cobrar justiça pelo jovem.

“[...] Demonstramos nossa raiva, nosso desgosto e indignação para com a Polícia Militar e viemos por meio desta carta pedir que as autoridades competentes se responsabilizem e que puna os responsáveis por tais atrocidades”.

Confira abaixo a nota na íntegra:

Foto: Divulgação

Outro lado

O Viagora procurou a Polícia Militar do Piauí através da assessoria de comunicação, mas até o fechamento da matéria não obtivemos resposta.

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