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Estudo aponta Piauí como líder no ranking de trabalho infantil

Houve aumento de 4,7 pontos percentuais em comparação ao ano de 2013.

Segundo o estudo de Júnior César Dias, economista e mestre em economia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra à Domicílio, publicado pelo Tribunal Regional Trabalhista nesta segunda-feira (6) , o Piauí  está em primeiro lugar no ranking de estado com maior percentual de ocupados em relação ao total de crianças e adolescentes com idade entre 05 e 17 anos. Isto é, um aumento de 4,7 pontos percentuais em comparação a 2013, onde 11,3% das crianças e adolescentes trabalhavam em diversos nichos do mercado nacional. 

Felizmente, mesmo o Piauí ocupando a primeira posição de estado com maior percentual de crianças e jovens ocupados, seu número total de crianças e adolescentes que estão exercendo função trabalhista é bem inferior ao das demais Capitais, 86.047 em 2013 e 115.475 em 2014, em comparação, por exemplo, com São Paulo que tem um percentual de ocupados em 0,7%, apontando 461.876 em 2013 e 501.841 em 2014. Isso representa um aumento de 39.965 indivíduos, 34,6% acima da quantidade de crianças e adolescentes ocupados com algum ofício no Piauí, seja ele têxtil; agricultura; pecuária; silvicultura; pesca e aquicultura; comércio e reparação e serviços de alojamento, alimentação, transportes, financeiros e imobiliários e transformação e extração. 

Sexo

Das crianças e adolescentes ocupados no Brasil em 2014, 65,5% (2.182.727) eram do sexo masculino e 34,5% (1.148.651) do sexo feminino. Havia predominância de meninos  em seis dos oito grupamentos de atividade. Nos serviços domésticos a prensença de mulheres é bem maior (94,1%). Quantitativamente, as meninas estão em sua maioria nas atividades do comércio e reparação (257.920) e os meninos na agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e aquicultura (818.143). 

Etnia

Ainda segundo o estudo, 62,7% (2.087.570) do trabalho infantil nacional era composto por negros (pretos e pardos) e 37,3% (1.243.807) de não negros (brancos, índios e amarelos). A concentração de negros no trabalho infantil era explícita em todos os grupamentos de atividades, porém se sobressai nos serviços domésticos (73,5%) e na construção (70%).  

A quantidade de crianças e adolescentes negros ocupados era maior na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, pesca e aquicultura (704.508), enquanto a maioria dos não negros estava no Comércio e reparação(320.379). Quanto à situação de estudo, dos 3,3 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade, 80,3% (2.676.519) estudavam e 19,7% (654.859) não estudavam.  

Entre os grupamentos, a Construção Civil apresentava um dos menores percentuais de crianças ocupadas que estudavam, (58%). Entre os que não estudavam, grande parte trabalhavam nos setores do Comércio e reparação(25,3%; 165.476), na Agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e aquicultura (22%; 143.878) e na Construção (14,8%; 97.096).

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