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Crianças vão para escola em ‘pau de arara’ em Novo Oriente

O professor que denunciou o caso disse que existe um ônibus destinado ao transporte do alunos, mas que está parado há muito tempo.

Um professor denunciou ao Ministério Público do Estado (MP) a realidade de estudantes do município de Novo Oriente, no Centro do Piauí. Francisco das Chagas alegou que as crianças estão sendo transportados em carros ‘pau de arara’ e que a unidade de ensino onde trabalha frequentemente não possui merenda escolar para os alunos.

A Unidade Escolar Belinha Nunes fica na zona rural de Novo Oriente, a 11 quilômetros da cidade, na localidade Bento Gonçalves. O professor, que leciona matemática aos alunos do ensino fundamental, ressaltou que além do transporte irregular e da ausência de merenda, a escola não possui estrutura mínima de ventilação nas poucas salas de aula e que professores estão a dois anos com remunerações atrasadas.

De acordo com a denúncia, uma caminhonete Chevrolet D-20 é quem faz o transporte de até 22 pessoas na caçamba, além de mais três pessoas na cabine do veículo. O professor Francisco relatou que a estrada de chão para a escola está desgastada e perigosa, e que a situação se agrava durante o período de chuvas. Ele acrescenta que existe um ônibus destinado ao transporte do alunos, mas que está parado há muito tempo.

  • Foto: DivulgaçãoProfessor e alunos vão para a escola em transporte irregular no interior do PiauíProfessor e alunos vão para a escola em transporte irregular no interior do Piauí

Outros alunos de uma localidade conhecida como Santana, a mais de 70 km da unidade escolar, também são transportados em ‘paus de arara’, segundo Francisco.

Das quatro salas de aula, apenas duas delas teriam ventiladores, sendo uma com um ventilador de teto e outra com um improvisado que fica em pé. A direção da Unidade Escolar teria informado ao professor, que outro dois ventiladores foram levados para o conserto, mas nunca foram devolvidos.

Quanto ao pagamento de remunerações e gratificações, a Prefeitura de Novo Oriente havia informado que os professores deixaram de receber os valores por estarem em estágio probatório e pela ausência de regulamentação quanto à necessidade e critérios de classificação.

A denúncia foi recebida pela 2º Promotoria de Justiça de Valença do Piauí, sob responsabilidade do promotor Sinobilino Pinheiro da Silva Júnior, no dia 22 de março. No relato feito pelo professor ao Viagora, as irregularidades relatadas seguem sem resolução, dois meses após a denúncia. 

Outro lado 

O Viagora não conseguiu localizar o prefeito Arnilton Nogueira para comentar as denúncias. O espaço está aberto para esclarecimentos. 

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