Prefeito Zé Medeiros tem mandato cassado pela Câmara de Vereadores
Seis dos nove vereadores votaram favoráveis à cassação do mandato de Zé Medeiros.
O prefeito de Manoel Emídio, José Medeiros da Silva, mais conhecido como Zé Medeiros, teve o mandato cassado pelos vereadores da cidade, após votação que aconteceu ontem (21). O gestor foi denunciado, dentre outras acusações, por supostamente desviar recursos da Educação e realizar altos gastos com combustíveis.
- Foto: Reprodução/FacebookPrefeito Zé Medeiros.
Seis dos nove vereadores do município votaram favoráveis à cassação do mandato do prefeito, atingindo a quantidade de votos necessários, que é dois terços do total.
Os três que votaram contra foram Joaquim Dentista (PSD), Frank Pires (PRB) e Roberto Borges (Progressistas). O Viagora conversou com os três parlamentares na tarde desta quinta-feira (22).
Motivos
O vereador Joaquim ''Dentista'' alegou desobediência ao conjunto de regras da Câmara Municipal de Manoel Emídio e denunciou um suposto favorecimento da esposa do atual vice-prefeito, o Sobrinho, devido a essa relação de parentesco. A companheira de Sobrinho também é vereadora do município e votou a favor do recebimento da denúncia em novembro do ano passado.
“Eu vejo que é meramente político a questão do qual montaram lá. Porque o nosso regimento interno, que o que rege a Casa, é bem claro nos artigos 241 e 242... A vereadora Josélia é esposa do vice. Ela está sendo beneficiada diretamente”, afirmou Joaquim contando que “a população está revoltada” com essa situação.
- Foto: DivulgaçãoVice-prefeito e sua esposa
Joaquim também assegura que foram feitas as reformas das escolas que estavam precisando quando Zé Medeiros assumiu a gestão e que todas foram realizadas com licitação. Sobre os gastos com combustíveis, ele diz que “os valores são os mesmos relacionados a 2016”.
Processo
O vereador Frank Pires criticou a movimentação do processo durante período carnavalesco. “Votei contra porque não tive acesso ao processo. Eles fizeram só entre eles lá, os vereadores de oposição e inclusive a maioria do processo foi durante recesso da Câmara. Deram parecer dia 12 de carnaval, segunda-feira de carnaval”, reclama.
Frank também citou a vereadora Josélia e denunciou a suposta composição de um esquema entre os que votaram favoráveis à matéria. “A vereadora Josélia estava impedida de votar. Foi só um complô que eles fizeram. O vice-prefeito se juntou com a mulher dele, que é vereadora, e juntou com os cinco vereadores de oposição e eles montaram um esquema apara poder derrubar o prefeito e ele assumir”, alegou.
O parlamentar também explicou as regras dos artigos 241 e 242. “Você não pode votar quando tiver interesse seu ou do seu cônjuge e quando seu voto for decisivo. Então eu entrei com requerimento, uma questão de ordem pedindo ela que não votasse. Aí eles passaram por cima do regimento interno e mesmo assim ela votou pra o marido dela assumir”.
Roberto Borges, por sua vez, o terceiro voto contrário à cassação do mandato de Zé Medeiros, defendeu o prefeito das acusações e disse que a decisão da Câmara Municipal foi “um golpe montado”.
“Eu tenho certeza que ali foi um golpe montado. Isso tudo aí são denúncias infundadas, como a do combustível. Hoje a gente gasta o valor do combustível a metade que o ex-prefeito gastava antes. As reformas dos colégios estão sendo tudo feitas. A empresa que licitou ainda está trabalhando e não terminou ainda, ainda tá sendo concluída”, esclarece.
Outro lado
O prefeito Zé Medeiros disse que iria conversar com o Viagora na tarde de hoje (22), mas não nos enviou o endereço para que pudesse acontecer a entrevista até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto caso ele queira se manifestar.
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