Conselho de Arquitetura nega destruição de telas na Cepisa
O Sindicato dos Urbanitários do Piauí havia denunciando que as obras foram destruídas.
A gerência geral do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Piauí (CAU-PI) esclareceu ao Viagora que não é verdade que a Equatorial, que agora controla a Cepisa, tenha destruído obras do artista plástico Afrânio Castelo Branco, que estava no prédio da empresa, na Avenida Maranhão, em Teresina. O Sindicato dos Urbanitários do Piauí (Sintepi) publicou um texto nesta segunda-feira (14), em sua página na internet, denunciando a suposta ocorrência.
- Foto: Jasmine Malta/FacebookPainel de Afrânio Castelo Branco.
O Sintepi afirmava que o painel é “um dos trabalhos mais importantes da pintura do estado” e que deixou “um legado importante para a história e a cultura do Piauí”. A diretoria do sindicato chegou a afirmar que fará uma denúncia formal para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Piauí, “uma vez que essas telas e o próprio prédio da Cepisa, pela sua arquitetura, são tomados como patrimônio do estado e a Equatorial não tinha o direito legal de destruir a história do povo piauiense”.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Piauí esclareceu que na verdade trata-se de uma restauração do painel. A Cepisa também pronunciou-se por meio de nota e afirmou que “já encontrou as obras em estado avançado de deterioração e, por isso, realizou estudos e cotações de orçamentos para a restauração das telas com artistas habilitados para as técnicas de pinturas originais das telas”.
“Como etapa inicial do projeto de restauração, o painel Sinfonia da luz começou a ser removido do local. Já as obras Zebelê e Cabeça da Cuia, foram cobertas, há cerca de um ano, como forma de proteção da já evoluída deterioração causada por mais de 40 anos de exposição. A Cepisa respeita e reconhece os artistas e a história piauiense e não tem a intenção de perder uma obra de tão grande valor histórico-cultural para o estado”, diz a nota da Cepisa.
Sobre o artista plástico
Afrânio Castelo Branco nasceu em 1930, formou-se na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Possui acervos da Bienal de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Museu e na sede da Secretaria Estadual de Cultura do estado do Piauí, entre outros. Ele participou de duas edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1969. Nesse ano, ao lado do artista Píndaro Castelo Branco, expôs em Copenhague (Dinamarca), Haia (Holanda) e Helsinque (Finlândia), com patrocínio do Itamaraty. Em 1970, integrou a Coletiva de Arte Brasileira, mostra de 27 artistas que percorreu a Alemanha, a Espanha, a França, a Holanda, a Itália, a Suécia e a Suíça.
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