Estudante de medicina é investigado suspeito de estuprar crianças em Teresina
O caso foi denunciado à Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente contra o estudante Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira suspeito de estrupo contra a prima e irmã.
O estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, de 22 anos, está sendo investigado pela Polícia Civil do Piauí, suspeito de estupro contra a prima e a irmã, além de outras três crianças da mesma família na cidade de Teresina.
Em entrevista ao Viagora, a advogada e estudante de medicina Priscila Karine Coelho Campos, mãe de uma das vítimas, relatou que a filha foi abusada dos cinco aos dez anos de idade pelo seu primo que era enteado de sua irmã. Segundo ela, o caso foi descoberto em julho deste ano.
- Foto: Luís Marcos/ ViagoraPriscila Karine Coelho Campos
“A gente descobriu em julho, foi minha irmã que descobriu perguntando as meninas e ela me contou que a minha filha estava sendo estuprada desde os cinco anos pelo enteado dela. E daí perguntamos a minha filha e ela contou que havia sido estuprada e abusada até os 10 anos de idade”, disse.
De acordo com a mãe, Marcos Vitor só teria parado após a filha contar que ele teria pego em suas partes íntimas durante um evento na piscina.
“Ele parou porque ela contou pra gente que ele havia pegado no peito e na bunda dela e quando perguntamos pra ele, ele disse que não, que estava brincando de vôlei em uma situação na piscina e que tinha pego sem querer, e deixamos para lá, achamos que fosse só naquela situação e não um abuso. Nunca pensamos que fosse um abuso”, afirmou.
Conforme a mãe, Marcos era acima de qualquer suspeita porque se mostrava um jovem exemplar. “Ele era um menino exemplar, ele não bebe e não fuma, estuda, ele fazia Direito, passou no vestibular com 16 anos, não concluiu porque resolveu fazer medicina e estuda lá em Manaus. Era uma criança que você confia”, pontuou.
- Foto: Divulgação/InstagramMarcos Vitor Aguiar Dantas Pereira.
Priscila também contou que a filha tem acompanhamento psicológico desde os seis anos de idade, quando foi possível notar uma mudança de comportamento.
“Desde os seis anos ela tem acompanhamento com o psicólogo e com o psiquiatra, a gente percebia as diferenças nela, na mudança de comportamento, no descuido com a higiene, descuido nas vestimentas, na forma de tratar as pessoas, no estresse, mas ela nunca havia relatado isso e a gente não achava o abusador”, disse.
Depois de confirmar os abusos com a filha e a sobrinha, Priscila disse que a família investigou as outras crianças que também conviveram com o suspeito e elas também relataram que foram abusadas.
“A gente também investigou outras crianças, porque, como ele era enteado da minha irmã, que tem duas filhas, fomos investigar e as outras crianças relataram também que foram abusadas, ao todo são cinco crianças”, ressaltou.
Com muita tristeza, a estudante de medicina declarou o que a filha havia lhe contado sobre os abusos. “Eu perguntei pra minha filha o que ele fazia com ela e ela disse que ele fazia ela fazer sexo oral nele. Ele tem que ir para a justiça e para a prisão”, disse.
"Foi uma parte escura da minha vida", diz suspeito em mensagem
A irmã de Priscila que preferiu não se identificar, mãe de outra vítima e que foi madrasta do suspeito, também relatou à reportagem que só descobriu os abusos praticados com a filha de nove anos, após questionar Marcos sobre o caso da sobrinha.
A ex-madrasta contou á reportagem que perguntou para Marcos, por meio de mensagem, sobre o que ele tinha feito com a sobrinha e ele respondeu pedindo desculpas pelo que havia feito.
“Quando fui questioná-lo sobre a minha sobrinha ele me respondeu pedindo desculpas, que não tinha o que dizer e que só tinha que pedir desculpas para mim e para toda a minha família e que era um passado escuro, e que faria de tudo pra reverter o que causou e que não iria se eximir da culpa, mas no meio da fala dele, ele colocou o nome da minha filha no meio, e depois eu fui questionar a minha filha, que com muita dificuldade, chorando e tremendo, me confirmou que ele também tinha abusado ela”, relatou.
- Foto: Divulgação/WhatsappResposta de Marcos Vitor à ex-madrasta.
A mãe comentou ainda que sua outra filha de apenas três anos também pode ter sido abusada, mas que ainda não é nada comprovado, a menina ainda passará por exames.
“Minha outra filha de três anos, eu ainda não sei, mas ela vai passar por exames para saber se ouve alguma coisa com ela também. Eu nunca imaginei, jamais passou pela minha cabeça que ele fosse fazer isso com a irmã”, declarou.
Nas redes sociais, Marcos Vitor se pronunciou em um texto no Instagram e disse que tudo será esclarecido nos órgãos competentes.
“Não estou usando as redes sociais por motivos óbvios, mas preciso pontuar algumas coisas: o que tiver de ser esclarecido será, nos órgãos competentes. Não, eu não estou foragido ou me escondendo. Moro em Manaus há quase dois por conta dos estudos, as devidas autoridades competentes têm todos os dados necessários para notificarem a mim ou à minha assessoria jurídica, quando necessário. Fora isso, me resta agradecer a tanta gente que está em prestando apoio nesse momento”, escreveu.
- Foto: Divulgação/InstagramPublicação de Marcos Vitor no Instagram.
Defesa da família
O advogado de defesa da família, Rodrigo Araújo, declarou à reportagem que o momento é de colheita de informações e elementos que possam comprovar as suspeitas sobre o caso.
- Foto: Luís Marcos/ ViagoraAdvogado Rodrigo Araújo.
“Neste momento estamos colhendo elementos informativos para fazer com que esse inquérito seja feito e vários outros elementos que possam ser comprovados na justiça, através das provas processuais devidas. Inclusive estamos na fase de colheita da confissão dele sobre algumas situações, para contar no relatório da Delegacia e seja enviado também ao Ministério Público que é o titular da ação penal que vai propor essa denúncia. Ao todo são cinco crianças”, disse.
Conforme o advogado, no último dia 31 de agosto foi realizada a notícia crime por meio da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente. “Estupro de vulnerável que é um dos crimes mais perversos, contidos no nosso código penal”, afirmou.
- Foto: Luís Marcos/ ViagoraDPCA
A reportagem procurou a Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente sobre o caso e a delegada titular Camila Miranda através de um funcionário informou que o caso está sob segredo de Justiça.
O Viagora também tentou contato com o suspeito Marcos Vitor para falar sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria, ele não foi localizado. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
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