TJPI faz círculo de diálogo com detentos na Colônia Agrícola Major César
O objetivo dessas práticas, conforme o TJPI, é promover a pacificação dos conflitos gerados dentro dos presídios.
Na última semana, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), iniciou as práticas restaurativas na Colônia Agrícola Major César.
De acordo com o TJPI, as atividades iniciaram por meio de um circulo de diálogo, em que 25 internos puderam conhecer os objetivos, valores, princípios, alcance e como é operada a Justiça Restaurativa.
![TJPI faz círculo de diálogo com detentos na Colônia Agrícola Major César](/media/images/2022/11/27/tjpi-faz-circulo-de-dialogo-com-detentos-na-colonia-agricola.jpeg.950x0_q95_crop.webp)
Segundo o TJPI, a Colônia Agrícola Major César é a segunda penitenciária a ser beneficiada, por meio da parceria interna entre Núcleo de Justiça Restaurativa-Nujur, Vara de Execuções Penais e Secretaria de Justiça (SEJUS), que permite que essas práticas restaurativas sejam realizadas ainda dentro do sistema penitenciário.
O objetivo dessas práticas, conforme o TJPI, é promover a pacificação dos conflitos gerados dentro dos presídios e refletir sobre os fatos que levaram o apenado a estar no sistema, cumprindo pena.
Maria Lila de Carvalho, uma das facilitadoras, diz que a Justiça Restaurativa pode ajudar na diminuição dos casos de reincidência por promover também a reflexão dos danos causados à vítima, ao autor e à sociedade. “A realidade social, os elevados índices de crimes, em especial de reincidências, mostram que a retribuição de um erro com uma pena sanção, em especial a de privação de liberdade, não pacifica o ambiente social, não soluciona o que levou à conduta danosa ao outro e à sociedade, nem sana as perdas e dor da vítima”, diz Maria Lila.
A facilitadora continua, “Não reduz reincidência, nem evita novos atos danosos. Ao contrário, torna, sim, o ambiente social mais precário, mais tenso, fragiliza a cidadania e uma ambiência social segura. A Justiça Restaurativa traz um novo olhar do Judiciário e da sociedade em geral para esta realidade. Traz também a responsabilização do autor, a reparação efetiva dos prejuízos e perdas a todos, propõe a restauração dos passos conscientes de quem provocou o dano para a construção de uma liberdade responsável, restaurada”, destacou a facilitadora.
Outra facilitadora, Rôzely Brasileiro, contou como foi o momento com os internos como momento de reflexão. “A prática do círculo de diálogo despertou o interesse nos participantes para o cuidado de si, especialmente no que diz respeito à autorresponsabilidade e a restauração dos laços familiares que se rompem com a prática do crime, o que traz um novo olhar para a construção da vida individual, coletiva e familiar, com perspectivas fortes de mudança no agir nas relações pessoais e interpessoais e, por conseguinte, impulsiona a vontade para querer uma vida com base norteadora no bem, no bom e na paz, que é o objetivo final da política de Justiça Restaurativa, em todas os campos de sua difusão, implantação e prática circular”, contou Rosêly Brasileiro.
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