Professores municipais realizam protesto em São João da Fronteira
O movimento de paralisação se iniciou na última segunda-feira (25) e se estende até este sábado (30).
Os professores municipais de São João da Fronteira permanecem promovendo mobilizações durante paralisação da categoria que luta pela valorização da educação pública. O movimento se iniciou na última segunda-feira (25) e se estende até este sábado (30).
O Viagora conversou com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, o professor Josivaldo Wilton, que explicou a dinâmica de ações realizadas na região. Através de visitas aos interiores do município, a categoria sai nas ruas comunicando a reivindicação do piso salarial nacional, do pagamento do piso desde 2017, bem como da regência de classe 20%.
“Estamos indo para os interiores, nas escolas, levando caixa de som para comunicar a comunidade porque as vezes o sindicato publica textos informativos por escrito, mas as algumas pessoas não leem, então estamos passando nas comunidades, nos bairros e lendo as pautas de reivindicação pedindo apoio da sociedade”, destaca o professor.
Além disso, dentre as pautas os professores também cobram do município a progressão salarial (níveis) adicional correspondente a 1/3 (um terço) das férias regulares de 45 dias para os professores, (processo nº 0800156-2018), e o salário atrasado de dezembro de 2016. As demais pautas podem ser conferidas neste documento aqui.
O professor Josivaldo Wilton ainda ressaltou que todas as escolas municipais aderiram à paralisação, mas alguns educadores decidiram não participar das ações. O presidente do sindicato informou que professores tem relatado sofrer ameaças de descontar do salário ou ser removido do seu local de serviço por não comparecer a escola durante a paralisação.
Josivaldo denuncia ainda, conforme relato dos educadores, que para cobrir a defasagem de professores algumas escolas até mesmo colocaram estudantes para dar aula para outros estudantes, ou ainda coordenadores que foram designados para essa função.
“Aqui todas as escolas aderiram só que não 100% os professores, ficou alguns professores que resolveram não aderir. Alguns professores estão recebendo ameaças de ser descontado até mesmo de ser removido do seu local de serviço, mas nós estamos conversando com os professores que os mesmos só podem ser removidos via oficio em conformidade com o estatuto do servidor público. Foi relatado que em algumas escolas tem alunos na ausência de professores ensinando outros alunos. Tem coordenador que está em sala de aula com os alunos, mas nós temos que deixar claro que só quem pode registrar a frequência dos alunos são os professores efetivos, responsáveis pela turma. Na escola da sede no primeiro dia colocaram até cadeados no portão para os professores não entrarem”, alerta Josivaldo Wilton.
Ao final da mobilização ocorrerão dois atos importantes, o primeiro está sendo realizado nesta sexta-feira (29), com passeatas e a presença de professores da zona rural. Já no sábado (30), o ato que marca o fim da paralisação tem cunho espiritual e será promovido com apoio da igreja católica e dos evangélicos.
“Amanhã, sexta-feira, nós iremos fazer uma passeata pela cidade com paradas e os professores da zona rural vão vir. Já no sábado vamos encerrar a noite com uma celebração para fazer esse momento espiritual no final. No caso nós sugerimos que a igreja católica porque terá uma missa, e nós pedimos também para aqueles que são evangélicos que peçam essa força espiritual, porque o nosso lema é “Professores lutando também estão ensinando”. Nós queremos mostrar para a sociedade de maneira educativa o que nós estamos fazendo levando de dentro da sala de aula para fora, uma atividade extraclasse”, pontua.
Por fim, Josivaldo Wilton explicou que no retorno dos professores a sala de aula, nesta segunda-feira 02 de maio, a diretoria do sindicato participará de uma audiência extrajudicial com participação da prefeitura e do Ministério Público do Piauí para tratar sobre o assunto.
“No caso no dia 1º de abril o Sindicato já fez a denúncia ao Ministério Público a respeito do projeto que já foi para a Câmara Municipal, onde já foi aprovado o piso de 10,16% com base no INPC, e nós não aprovamos porque descumpre a Lei Federal e portaria do MEC assinado pelo governo que é de 33,24%. Nós já tivemos uma primeira reunião online com o promotor e já ficou marcado outra para o dia 2º de maio com sindicato, a prefeitura e a coordenação do Ministério Público na área da educação e nós vamos ver qual será o posicionamento da prefeitura, se vai querer fazer algum acordo. E nós já estamos nos organizando para fazer uma Assembleia Geral Extraordinária para entrar com ação cobrando o piso referente ao ano que não houve pagamento em 2019, 2020 e a diferença deste ano, porque era pra ser de 33,24% e a prefeitura pagou só 10,16%”, finaliza.
Outro lado
O Viagora procurou a secretaria de educação municipal sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria nenhum representante foi localizado.
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