Pai de Camila Abreu lamenta recurso de Allisson para voltar à PM
No dia 25 de setembro, Allison Wattson foi condenado a 17 anos, 7 meses e 21 dias de reclusão e mais 4 meses e 20 dias de detenção, pela morte da estudante.
Nessa quarta-feira (11), em entrevista ao Viagora, Jean Abreu, pai de Camila Abreu, estudante de direito que foi vítima de feminicídio, assassinada em 2017, pelo seu namorado o ex-policial militar Allisson Wattson, falou sobre a justiça ter aceito um recurso de apelação sobre sentença que negou um pedido do ex-policial para ingressar novamente aos quadros da PM.
No dia 25 de setembro, Allison Wattson foi condenado a 17 anos, 7 meses e 21 dias de reclusão e mais 4 meses e 20 dias de detenção, iniciando em regime fechado, pelo assassinato da estudante e expulso da Polícia Militar pelo crime.
No julgamento, Allisson Wattson negou em seu depoimento, as acusações apresentadas na sessão pelas testemunhas e afirmou que a morte de Camilla Abreu foi acidental.
Questionado sobre o recurso que segue para segunda instância, Jean Abreu contou que a família está triste com a decisão. “É lamentável isso aí, a pessoa para entrar no quadro da Polícia Militar, para começar precisa ter um atestado de bons antecedentes, no caso dele que é um réu confesso, um assassino, julgado, condenado, o juiz dar um novo parecer é muito triste para a família, a gente se ofende, em uma situação dessa, é muito lamentável, muito triste”, disse.
O pai de Camila Abreu também relembrou o crime cometido contra sua filha, que foi vítima de feminicídio em 2017. “Um bandido desse que é culpado, que era parte da população, um assassino quer voltar ao quadro da PM inocente, uma pessoa dessa, um assassino para fazer a segurança da sociedade e fez o que fez com minha filha, matou, jogou no lixão, e agora quer receber uma farda e armamento para fazer com outras mulheres, ou quem sabe né”, declarou Jean Abreu.
Ainda de acordo com Jean Abreu, a família está torcendo para que o processo não continue e para que o ex-policial militar não volte para a corporação. “Estamos torcendo para que não dê certo”, falou.
Recurso Negado
O ex-policial entrou com uma ação declaratória com pedido de tutela antecipada onde alegava que sua expulsão tinha vício formal, pois a decisão do conselho da PM aconteceu sem a presenção do seu advogado. O juiz Raimundo José de Macau Furtado negou o pedido de tutela. No dia 29 de maio após o processo seguir em curso, a juíza Valdênea Moura julgou improcedente a ação e deu seguimento ao recurso de apelação.
Sobre o caso
Em 25 de abril de 2017 a estudante de Direito Camila Abreu foi vista pela ultima vez na companhia de seu então namorado Allison Wattsonm, no bairro Morada do Sol na zona Leste de Teresina.
Após isso, Alisson desapareceu por dois dias, e quando voltou informou a família de Camila que não sabia de seu paradeiro, e alegou que a deixou em casa no dia 28, dia do desaparecimento. A família da estudante não acreditando nas alegações, denunciou o caso para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que iniciou a investigação.
No dia 31 de abril de 2017, Allisson revelou onde estava o corpo da estudante.
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