Operação Primus: Três investigados do Piauí estão foragidos, diz GAECO
Conforme o MPPI, a operação foi deflagrada nessa segunda-feira (11) com o objetivo de combater desvios de recursos públicos e corrupção ativa nos municípios do Piauí.
Na manhã desta terça-feira (12), o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) através do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizou coletiva de imprensa sobre a Operação Primus, que visa combater desvios de recursos públicos e corrupção ativa. A ação aconteceu nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves, Uruçuí, Floriano, Landri Sales, Teresina, Timon-MA e Campo Alegre de Lourdes-BA.
Conforme informações do MPPI, era realizado contratos entre empresas de fachada, que não possuíam condições de exercer determinado acordo.
Segundo o Gaeco, além de investigar os desvios públicos e corrupção ativa, a equipe também averiguou a prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato e corrupção passiva.
De acordo com o Gaeco, os investigados usavam empresas de fachada, que eram contratadas com sobrepreço. Apesar da não execução da obra, o repasse do recurso público era feito para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares. Conforme a investigação, o esquema acontece pelo menos desde 2013. Três pessoas investigadas no Piauí são consideradas foragidas.
O Promotor de Justiça, Cláudio Soeiro deu detalhes sobre a ação: “Se tratavam de empresa de fachada onde não haviam capacidade de executar o serviço contratado, não tinham empregados, não tinham veículos e as sedes eram residências dos próprios empresários. À medida que eles eram contratados, era dividido o pagamento para os sócios das empresas ou para os grupos políticos envolvidos. Havia a simulação de que o objeto tinha sido cumprido por aquela empresa. O dinheiro público só sai dos cofres do município por meio de uma licitação. As empresas de fachadas eram diversas: obras, coleta de lixo e combustíveis.”, informa o coordenador da Gaeco.
Ainda segundo Claúdio Soeiro, o efetivo contou com 108 integrantes que atuou na Operação “Primus”, com a contribuição direta dos Promotores de Justiça dos Estados do Piauí e da Bahia, Delegados e Agentes da Polícia Civil, equipes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, servidores do Ministério Público Estadual, auditores do TCE e da CGU.
Ao Tribunal de Justiça do Piauí, o GAECO requereu medidas assecuratórias em nome dos investigados que resultou no bloqueio de bens no valor de R$ 1.869.867,00 (um milhão, oitocentos e sessenta e nove mil, oitocentos e sessenta e sete reais), montante este já contabilizado como desviado pela organização criminosa.
O Delegado de Polícia Civil, Yan Brayner, informou que os resultados foram relevantes e que esta investigação durou aproximadamente um ano. “Foi recolhido diversos celulares, notebooks, dispositivos de armazenamento de mídia (HD), computadores e documentos que serão analisados pela equipe técnica. A operação de ontem apreendeu dinheiro em espécie um total de R$ 200 mil", explica.
Questionado sobre o envolvimento dos agentes públicos, o delegado Yan Brayner relatou: “Não podemos declarar quem são essas pessoas, por conta do segredo de justiça, mas a partir do momento que há um mandado de prisão expedido pelo poder judiciário e não foi cumprido, essa pessoa se encontra sim foragido a partir dessa deflagração, dessa fase ostensiva. Mas não podemos citar nomes”, conclui.
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De acordo com a Polícia Civil, a ação também resultou na prisão de outros dois suspeitos na zona Leste da Capital.
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