Novas tecnologias são utilizadas para monitoramento de barragens
No Piauí, o engenheiro e empresário Wallardson Lopes que trabalha com geotecnologias há cerca de 12 anos explica como funciona esse sistema com equipamentos de altas precisões para medições.
O rompimento da barragem de Brumadinho tornou-se uma das maiores tragédias humanas e ambientais em muito tempo no Brasil. No entanto, catástrofes como a de Minas Gerais, podia e podem ser minimizadas, pois existe tecnologia para isso.
Já existem empresas que oferecem sistemas mais modernos e monitoramento de barragens. Através de satélites, drones e sensores para monitorar barragens por imagens, emitindo alertas em tempo real que são capazes de detectar ranhuras e mudanças invisíveis a olho nu.
No Piauí, o engenheiro e empresário Wallardson Lopes que trabalha com geotecnologias há cerca de 12 anos explica como funciona esse sistema com equipamentos de altas precisões para medições.
“Nós temos um sistema já desenvolvido há algum tempo e empregado em algumas barragens no sul do país. Estamos apresentando essas soluções aqui Piauí para que consigamos implantar em algumas barragens no estado. Após Brumadinho, todo o pais está sofrendo com insegurança, quanto as barragens, tem pessoas que estão assustadas e não deixam de estar. Aqui no estado temos barragens construídas na década de 30. A empresa que desenvolveu essas tecnologias é brasileira e completou 40 anos e os equipamentos e softwares são de origem americana e suíça, temos uma gama muita grande de atuação aqui no país”, disse o engenheiro.
- Foto: Hélio AlefEngenheiro Wallardson Lopes
Equipamentos
Ainda sobre os equipamentos com tecnologia de ponta, o engenheiro explica: “Temos o vant que faz uma espécie de arte de supervisão da barragem, é feito o plano de voo e ele vai no local mais difícil, onde você não consegue ir, e lá o equipamento faz uma fotografia, vídeos e através de software, você transforma essas imagens em um 3D (três dimensões) para que o engenheiro possa ver e tomar decisões de um local que ele não pode ir. Temos um visor de sísmica que consegue ver as variações de abalo de alguma vibração que está na parede da barragem, por exemplo, junto com uma Estação Total Topográfica esses equipamentos conjugados fazem o monitoramento. Ele fica em um lugar fixo e softwares o programa para fazer a leitura da barragem e ele se necessário, pode mandar tocar uma sirene, mandar avisar os responsáveis das barragens, ressaltando que sem ninguém por perto, o equipamento sozinho faz o serviço, sendo alimentado por energia solar, ele manda informação para o software que vai acompanhar esse processo”, explicou o especialista.
Wallardson informou que em Minas Gerais estão sendo instalados 9 sistemas desses. “ Nós temos esses sistemas instalados no Paraná, Rio Grande do Sul. No Nordeste nos ainda não temos é uma tecnologia nova, mas que aqui no Nordeste chega um pouco atrasado, mas é de extrema importância, esse é o sistema ideal para se monitorar barragem e eles sãos sensores que irão nos dá medições e através de softwares vamos ter interpretações do que acontece e do que poderá acontecer na barragem”, afirmou.
Ainda segundo o engenheiro, em Brumadinho, eles não tinham essa tecnologia, que chegou a ser apresentada aos responsáveis. O profissional afirma que com essa tecnologia não haveriam vítimas, mesmo que a barragem rompesse. “Esse equipamento teria dado um alerta com pelo menos 24 horas antes, porque o que aconteceu em Brumadinho foi um inchaço da parede, a agua começou a infiltrar, foi inchando, e a parede dissolveu. Nos primeiros minutos de medição esse equipamento já iria perceber e emitir o alerta. Poderia até acontecer o rompimento, mas nenhuma vida ia ser ceifada nem lá, nem em qualquer outra", disse.
Barragens do Piauí
Sobre as barragens do Piauí o engenheiro afirmou que deve se trabalhar com a prevenção. “Essas barragens daqui elas já foram construídas há bastante tempo, não temos informações da situação dessas paredes, estudos nada que afirme positivamente que elas são seguras, a gente pode ter uma chuva inesperada porque os fenômenos naturais são imprevisíveis, nós temos que trabalhar com prevenção, principalmente nas barragens de Piripiri, Campo Maior que possuem casas e alguns povoados próximos. A de Algodoes, por exemplo quando rompeu ela passou com uma lamina da água de quase 10 metros de altura em grande do percurso, a de Brumadinho era lama, as pessoas não tiveram chance. A melhor situação para qualquer gestor, ou responsável é o monitoramento e obras de recuperação”.
O engenheiro reforça a importância do monitoramento das barragens. Estamos com essa tecnologia mostrando que existe e a maioria dos gestores não conheciam esse sistema e creio que o Piauí vai dar um avanço em termos de segurança de suas estruturas e mais tranquilidade à população ”, concluiu.
Barragem de Brumadinho
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