Advogado afirma que Alisson Watsson deve ficar em cela especial
A Sejus cumpriu a determinação judicial de remoção do ex-capitão da Polícia Militar da Penitenciária Regional de Campo Maior para a Penitenciária Irmão Guido.
A Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária do Piauí (DUAP) cumpriu a determinação judicial de remoção do ex-capitão da Polícia Militar Alisson Wattson da Penitenciária Regional de Campo Maior para a Penitenciária Irmão Guido. O ex-policial responde a processo pelo assassinato da estudante Camila Abreu, em outubro de 2017.
- Foto: Divulgação
Ex-capitão Alisson Wattson.
A transferência de Alisson ocorreu a pedido de sua defesa. O advogado dele, Pitágoras Veloso, contou ao Viagora que a mudança somente aconteceu após duas ordens judiciais, sendo a última do dia 22 de março. Ele diz que a solicitação foi feita já que Wattson trabalhou em Campo Maior e estava com contanto com pessoas que ele havia prendido, o que seria “uma perversidade”.
“Ele foi tenente de Campo Maior durante sete anos, prendendo gente naquela região. Colocaram ele justamente com as pessoas que ele prendeu. Ele tava correndo risco de vida. Mas se lá tivesse uma cela individual, não tinha problema nenhum”, disse.
Segundo o advogado, o novo local “não é condizente com a realidade” do seu cliente, já que este tem ensino superior e possui direito de ficar em uma cela especial.
“Quando a gente pede sala especial, não quer dizer com regalia não. O pessoal pensa: ele vai ter ducha, vai ter banheira, vai ter ar-condicionado, geladeira... Não. Ele tem nível superior. Um exemplo: O Lula não ficou numa cela especial, ele ficou junto com outros presos. Mas Temer, não. Temer ficou numa cela especial”, defendeu Pitágoras.
O advogado explica quais as características da sala onde Alisson deve ficar. “O que é uma cela especial? É uma cela que tem um banheiro individual, ele pode ler, nada impede que ele faça leitura, onde tenha um colchão pra ele dormir, uma cama pra ele dormir, que não seja insalubre. Mas nessa sala pode ficar alguma outra pessoa? Pode, desde que tenha nível superior. Não tem problema nenhum”, explicou.
Pitágoras relatou, ainda, que nesta quarta-feira (27) irá conversar com o ex-capitão para saber “se ele se sente inseguro e se o ambiente o agrada”.
“Se por acaso houver alguma subjeção por parte dele, a norma é clara, tanto que no Código Processual Penal como na LEP (Lei de Execuções Penais), todo aquele que tem nível superior tem direito a uma cela condizente com sua realidade”, disse o defensor afirmando que lutará por todos os direitos de Alisson Watsson.
O caso
Camilla Abreu estava desaparecida desde o dia 25 de outubro de 2017. No dia 31 do mesmo mês, seu corpo foi encontrado pela Delegacia de Homicídios, e o seu namorado foi preso. De acordo com o inquérito policial, o então capitão foi o responsável pelo assassinato da estudante. O crime teria sido motivado por ciúmes e realizado por meio que dificultou a defesa da vítima.
Em fevereiro de 2019, o Tribunal de Justiça do Piauí decidiu pela expulsão de Allisson Wattson dos quadros da Polícia Militar do Estado. A governadora em exercício Regina Sousa (PT) assinou a expulsão no dia 08 de março. A exoneração foi publicada três dias depois no Diário Oficial do Estado.
Pitágoras chegou a dizer que a decisão foi “injusta”. Segundo o advogado, seu cliente somente poderia deixar a PM depois que não houvesse mais recursos contra as decisões.
No dia 11 de março, a defesa entrou com mandado de segurança com efeito suspensivo no TJ-PI para tentar reverter a expulsão.
Camilla Abreu
Polícia Militar do Piauí
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