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Prefeito de São Julião também está sendo investigado afirma Robert Rios

Secretário e delegado detalham plano arquitetado para matar Emídio Reis

Três pessoas participaram diretamente da execução do ex-vereador Emídio Reis, de São Julião. Eles seguiram os passos do político por, pelo menos, três dias. Na cidade de Picos chegaram a cumprimentar a vítima em um restaurante.

Entre os presentes nesse encontro supostamente casual estavam Antônio Virgílio, que já conhecia Emídio Reis, o pistoleiro identificado apenas como "Elvídio" e uma terceira pessoa. Essa foi a maneira encontrada pela quadrilha para identificar o alvo.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Robert Rios, Virgílio apresentou o ex-vereador aos demais como "o candidato que perdeu as eleições em São Julião".

O encontro fatal entre vítima e acusados aconteceria dali a três dias. No dia 31 de janeiro, Antônio Vigílio ultrapassou Emídio Reis na BR-316, na saída de Picos. Parou alguns quilômetros adiante, na entrada do município de Campo Grande do Piauí, e ficou a espera do ex-vereador.

"Ele ultrapassou a vítima na BR, parou em Campo Grande e, em uma lombada, pediu carona ao Emídio", conta Robert Rios. O ex-vereador parou e deixou o acusado entrar em seu carro.

Eles seguiram juntos até a estrada de acesso ao município de Alagoinha do Piauí, onde Emídio estacionou para Virgílio descer. Nesse momento, os outros dois pistoleiros, que vinham logo atrás em um carro, fizeram a abordagem.

Rendido e sequestrado, Emídio foi levado para a fazenda Lajedo Preto, nas imediações da BR-020. O delegado Luccy Keiko, que comandou a investigação, diz que o político tinha costelas quebradas, indicativo de que foi espancado antes do crime. O local da execução ainda não está claro, mas é possível que Emídio tenha sido morto na mesma fazenda onde foi enterrado.

O delegado confirma que a investigação continua e outras pessoas podem ser presas. "Podem sim [haver novas prisões], com certeza, a qualquer momento", assegura Keyko. O secretário Robert Rios inclui o prefeito de São Julião, Zé Neci (PT), entre os investigados. "Nós estamos trabalhando para provar a culpa ou a inocência dele", disse o chefe da Segurança Pública do Estado durante entrevista à TV Meio Norte.

O vice-prefeito de São Julião, José Francimar Pereira (PP), está preso no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, em Teresina. Ele é acusado de ser um dos mandantes do crime. Outras quatro pessoas acusadas de pertencer ao mesmo grupo também foram detidas durante a Operação Mandacaru, deflagrada sexta-feira (15). Um sexto homem, identificado como Elvídio, permanece foragido.

A morte de Emídio Reis custou R$ 15 mil à quadrilha. "Foi um dos crimes mais caros daquela região", diz Robert Rios. A polícia tem imagens da quadrilha sacando o dinheiro no banco.
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