Influencer evangélico é preso suspeito de estuprar fiéis em SP
No mês de setembro, as supostas vítimas foram à Delegacia da Mulher de Barueri para denunciar o influencer.
No último dia 20 de setembro, foi decretada a prisão de Victor de Paula Gonçalves, mais conhecido como Victor Bonato, de 27 anos, sob suspeita de estupro de três jovens. Fundador do grupo Galpão, “movimento” religioso voltado para jovens do bairro Alphaville, região rica de Barueri, na Grande São Paulo, o influencer evangélico é suspeito de utilizar o “elo entre a pessoa que está perdida e a igreja” como motivação para violentar sexualmente as três mulheres, que frequentavam seu grupo.
No mês de setembro, as supostas vítimas foram à Delegacia da Mulher de Barueri para denunciar que o influencer utilizava sua “influência religiosa” para manipular e obrigar as mulheres, duas estudantes de medicina, de 19 e 20 anos, e uma empresária, de 24 anos, a ter relações sexuais com ele. A Justiça decretou a prisão de Victor após a polícia e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontarem o risco de fuga do acusado, informou o Metrópoles.
De acordo com o inquérito policial, Bonato teria violentado as vítimas entre janeiro e setembro deste ano, em diferentes lugares, incluindo a casa do próprio influencer, localizada no Alphaville. O influencer postou em suas redes sociais, no dia anterior à data em que as vítimas registraram a denúncia, um comunicado em que dizia precisar se “arrepender profundamente” e que iria fazer um “detox de redes sociais”. No Instagram, Victor acumula 146 mil seguidores.
No dia 19 de setembro, um dia após a denúncia em seu desfavor e na véspera de sua prisão, o influencer voltou a se posicionar em suas redes sociais, anunciando que estava se “retirando da liderança” do Galpão e “tirando um tempo para me curar no Senhor”. No mesmo dia, o grupo, até então liderado por Victor, divulgou um comunicado, afirmando que o acusado não fazia mais parte do movimento religioso, mas não citou especificamente as acusações de estupro feitas pelas mulheres, frequentadoras do grupo.
“Alguns acontecimentos ferem diretamente o que o Galpão acredita e segue, fere a palavra e está em desacordo com o que Jesus nos ensina. Por esse motivo, ele foi afastado do Galpão”, disse a organização do movimento.
Após uma semana, o grupo voltou a publicar nota, dessa vez informando que o Galpão passaria “por uma reforma”, o que causaria a suspensão dos encontros presenciais, promovidos sempre às terças-feiras, devido a “apuração dos fatos que estão sendo divulgados e de um novo tempo que Deus está nos direcionando”. Novamente, o movimento não mencionou quaisquer acusações contra Bonato.
Prisão de Victor Bonato
O juiz Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri, decretou a prisão de Victor Bonato no último dia 20 de setembro, e a Polícia Civil cumpriu a determinação na mesma data. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o “influencer religioso” se encontra atrás das grades, informou oMetrópoles.
Através do decreto, o juiz declara que as três mulheres violentadas pelo pregador eram frequentadoras do Galpão em Alphaville e conheceram o acusado “como uma pessoa religiosa e correta”. Além disso, Fabio Calheiros afirma que elas “desenvolveram algum grau de amizade” com Bonato, “a ponto de frequentar a casa dele”, até o momento em que “ele as abordou com intuito sexual”.
Pela decisão do juiz da 2ª Vara Criminal de Barueri, duas das mulheres que foram vítimas de Victor “relataram que foram agredidas durante o ato sexual e obrigadas, mediante força, a fazer sexo oral no sujeito”.
“Todas as três vítimas disseram que foram persuadidas a aceitar ato libidinoso ou conjunção carnal, inclusive pela influência exercida pelo suspeito em razão de sua autoridade religiosa como um dos líderes do grupo e pela agressividade dele”, complementa o juiz.
Por meio de nota, a advogada Samara Batista, que defende Victor Bonato no caso, comunicou que não poderia fornecer detalhes sobre o caso, já que a investigação tramita em sigilo. Porém, ela afirma que o influencer evangélico “nega veementemente as alegações contra ele”, mesmo que ainda não tenha sido interrogado.
“Informo ainda que o investigado emitiu um pedido de perdão perante as partes envolvidas, em suas redes sociais, referente ao seu comportamento considerado pecaminoso, no âmbito religioso, sem estar ciente de quaisquer acusações judiciais que estão atualmente em processo de investigação pelas autoridades competentes para fins de esclarecimentos”, declara Samara Batista.
“Reitero que respeitamos plenamente a seriedade das alegações em questão e reconhecemos a importância de proteger os direitos de todas as partes envolvidas no caso”, finaliza a advogada.
Com informações do Metrópoles.
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