"Vamos reestruturar a segurança pública", diz Luciano Nunes

No dia 7 de outubro, brasileiros vão às urnas escolher o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O Viagora está realizando uma série de entrevistas com os candidatos ao Governo do Estado do Piauí.

O candidato Luciano Nunes (PSDB) é advogado e em 2002 aos 24 anos foi eleito deputado estadual, sendo reeleito mais três vezes. O tucano foi presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), já foi presidente da Fundação Municipal de Saúde, e ocupou os cargos de secretário municipal de administração e recursos humanos, e a secretaria municipal de Governo.

• Foto: Vitor Fernandes/ViagoraLuciano Nunes falou das propostas do seu plano de governo 

Durante entrevista, o candidato Luciano Nunes, dentre outros assuntos fez críticas a atual situação do Estado do Piauí, expôs propostas do seu plano de governo e falou do apoio do prefeito Firmino Filho à sua campanha.

Viagora: Qual a análise que o senhor faz da situação do Estado do Piauí, hoje?

Luciano Nunes: Na verdade, está um verdadeiro caos. Os principais serviços estão paralisados, os hospitais regionais estão atrasando o pagamento dos servidores, faltam materiais, faltam insumos, medicamentos, falta até alimentação e não tem resolutividade. Na Educação, corre-se o risco de perder o ano letivo por causa da greve dos professores. Na segurança pública, está tudo sucateado. Estão operando menos da metade dos efetivos da Polícia Militar e da Polícia Civil. As delegacias estão completamente desestruturadas. Faltam viaturas. As obras todas paradas. Inclusive obras que iniciaram na gestão anterior. Então o Piauí vive hoje uma tragédia com esse governo atual, que está levando nosso Estado para o buraco. Por isso que nós entramos nessa disputa, para mudar essa situação. Para transformar o Piauí para melhor, para fazer uma administração séria, com planejamento, para reduzir o tamanho da máquina pública. Hoje há 69 secretarias e nosso objetivo é diminuir esse número, ao menos pela metade. Iremos redimensionar o tamanho da máquina pública. Iremos focar nas áreas que mudem a vida das pessoas.

Viagora: Candidato como o senhor trata a Educação no seu plano de Governo?

Luciano Nunes: Na educação, temos que levar as escolas de tempo integral para todos os municípios do Estado, mas não somente isso. Temos que levar qualidade de ensino, gestão eficaz, valorização dos professores. Temos que capacitar esses professores. Fazer com que as famílias participem da vida na escola. Levar atividades de saúde preventiva, lazer, cultura e esporte. Temos que fazer com que as escolas voltem a ser o palco principal da vida das comunidades. Temos que garantir que as escolas formem os alunos para o futuro, para o mercado de trabalho. Essa é a concepção do que nós queremos realizar na área da educação.

Viagora: Na área da segurança, há 20 anos atrás existia um contingente de aproximadamente 7 mil policiais militares e atualmente existe cerca de 5 mil. Como o candidato vê essa situação e de que forma pretende melhorar?

Luciano Nunes: Exatamente, e isso é uma das nossas propostas. Vamos dobrar o efetivo da Polícia Militar. Hoje temos 5 mil homens, como você mencionou. Iremos contratar no mínimo mais 5 mil, além de dobrar também os efetivos da Polícia Civil e reestruturar a segurança pública do Estado. Botar a delegacia de infraestrutura, de tecnologia. Investir em inteligência, em novas viaturas e equipamentos. Iremos trazer de volta o Ronda Cidadão, com policiamento ostensivo preventivo. Queremos sair desse modelo ultrapassado de que polícia tem que correr atrás de bandido depois que ele comete o crime. Nós queremos evitar que o crime aconteça. E isso só irá acontecer depois de investirmos em inteligência. Ao retornar o Ronda Cidadão, as comunidades poderão se sentir mais seguras, evitando a violência.

• Foto: Vitor Fernandes/ViagoraO candidato falou dos diversos problemas na área da Segurança Pública, atualmente

Viagora: O Piauí possui uma carga tributária altíssima. Somos por exemplo, o segundo maior imposto sobre a gasolina. Qual seria sua proposta sobre o assunto?

Luciano Nunes: Bem, isso também faz parte do nosso projeto de desenvolvimento do Piauí, reduzir a carga tributária. Com o imposto muito elevado, o Estado perde competitividade. As indústrias daqui perdem competitividade. Tudo que se fabrica aqui é mais caro do que nos outros Estados. Porque se tem impostos dos mais caros do país. Tem-se que reduzir os impostos para estimular o setor produtivo. Estimulando o setor produtivo e tendo uma melhor infraestrutura teremos um menor custo de produção e vamos poder atrair novas empresas para estimular a criação de novos negócios. Fortalecer a economia do Estado. Essa é a nossa concepção para melhorar a economia.

Viagora: O senhor falou em trazer mais empresas para o Piauí, no quesito geração de emprego, como o senhor faria para estimular esse empreendedorismo?

Luciano Nunes: Primeiro, essas questões são fundamentais (questão do imposto, das rodovias, ferrovias), porque as empresas para se instalarem aqui elas necessitam de um incentivo. Elas não vão vir para cá apenas porque o governador pediu. Ela vai fazer as contas dela, ver se a logística daqui é boa, se as rodovias estão em bom estado, se o custo de produção é baixo, essas coisas. Tudo será analisado. Então a nossa proposta é ter uma equipe específica para ir aos grandes centros e atrair as empresas para cá. Esse é um ponto que o atual governo falhou. Vou citar alguns exemplos: Brasil Ecodiesel, Vale do Rio Doce, Susano. Essas empresas foram divulgadas como as que estariam no Piauí e nenhuma delas realmente veio. Além disso, o governo não teve estrutura para manter a indústria de cimento que operava em Fronteiras. Então esse governo é um governo que atrasou o Estado no que diz respeito à desenvolvimento econômico e geração de renda. Precisamos ter uma proposta de governo sério, criando um ambiente propício, em um Piauí onde há competitividade e mais que isso, estimular o empreendedorismo. Apoiar o pequeno produtor, os jovens que saem do ensino técnico e do ensino superior para empreender, para tocar seu próprio negócio.

Viagora: Sabe-se que o Piauí é um grande polo de produção de energias eólica e solar. No entanto, em vez de utilizarmos essa energia aqui, ela é vendida. Como o senhor faria para mudar essa situação?

Luciano Nunes: Na verdade, isso é fruto do modelo energético nacional. Isso não depende somente do Piauí, depende da legislação nacional. Mas eu vejo isso como algo muito injusto. Nós produzimos a energia mas não tiramos proveito dela. O que fica aqui é muito pouco, apenas para os proprietários das terras onde estão instaladas as energias solar e eólica. Então nós vamos trabalhar junto ao legislativo federal, os deputados e senadores, para tentar viabilizar uma alteração na legislação a nível nacional para beneficiar o Piauí.

• Foto: Vitor Fernandes/ViagoraDurante a entrevista o candidato falou do apoio recebido na campanha

Viagora: O prefeito Firmino Filho está dando apoio a sua campanha?

Luciano Nunes: O Firmino está nos apoiando e está muito presente na campanha, nas caminhadas e atividades. O envolvimento dele só vai fazer com que a campanha se fortaleça ainda mais.

Viagora: Como está o apoio do partido nacional?

Luciano Nunes: Está bem, com o nosso candidato a presidente Alckmin, estamos esperando ele aqui para participar de alguma atividade até o final da campanha. Temos pouco mais de um mês para isso. Mas se acredita que teremos a presença dele aqui no Piauí.

Viagora: Já saíram várias pesquisas de intenção de votos. Como o senhor avalia o seu desempenho nelas?

Luciano Nunes: Como muito positivo. Se formos analisar as pesquisas dos dois maiores institutos do Piauí, o Amostragem e o Opinar, eu sou o único candidato que mostra um crescimento estável desde as primeiras pesquisas. Isso mostra um crescimento consistente e leva-se em consideração que, dos 4 principais candidatos, eu sou o mais “desconhecido” deles, pois nunca disputei em uma chapa majoritária. Então não tenho dúvida que a medida que a campanha avance, com a propaganda no rádio e na televisão, nós iremos avançar mais ainda nas pesquisas e vamos vencer essas eleições.