Para especialistas, Mitt Romney superou Barack Obama em estilo e linguagem
Republicano foi agressivo e polido ao mesmo tempo em debate nos EUA. Já o atual presidente se mostrou despreocupado e pouco assertivo.
O debate presidencial realizado nesta quarta-feira (4) nos Estados Unidos mostrou diferenças tanto de estilo quanto na substância dos candidatos à presidência, com o republicano Mitt Romney em vantagem, segundo especialistas. Enquanto ele foi agressivo e polido ao mesmo tempo, o democrata Barack Obama pareceu despreocupado e pouco assertivo.
Analistas políticos também apontam uma vitória de Romney no embate, além de pesquisas realizadas por emissoras de TV americanas.
Conhecido por sua eloquência, o presidente democrata gaguejou e fez pausas durante muitas respostas, olhando para seu próprio pódio quando não estava falando.
"Com relação à linguagem corporal, Mitt Romney foi o vencedor", disse Janine Driver, especialista em linguagem corporal e autora do livro "You Can"t Lie to Me" (Você não consegue mentir para mim).
Driver disse que Obama manteve a cabeça inclinada para o lado, em vez de para cima, projetando menos confiança. Romney manteve a cabeça "em linha reta", e seus olhos focados tanto no presidente como no moderador, uma melhoria em relação a sua tendência de mudar os olhos em direções diferentes, disse ela.
"Se você fosse de outro país e assistisse a este debate baseado na linguagem corporal, pensaria que Mitt Romney já era o presidente", disse.
Histórico
Movimentos no palco durante debates podem deixar impressões duradouras e importantes nos telespectadores norte-americanos.
Suspiros frequentes do vice-presidente democrata Al Gore em um debate de 2000 com o republicano George W. Bush foram mal vistos pelos eleitores, enquanto uma olhada rápida do presidente George H.W. Bush no relógio durante um debate em 1992 o fez parecer impaciente.
Nem Obama nem Romney cometeram qualquer gafe na linguagem corporal no primeiro de três debates presidenciais antes da eleição de 6 de novembro.
Apesar de suas diferenças, os dois candidatos tiveram uma atitude educada na maior parte do tempo. Eles apertaram as mãos calorosamente no início e no fim do encontro, cada um usando o braço livre para tocar o ombro do outro.
Enquanto Obama em 2008 referiu-se ao então adversário John McCain, um senador, por seu primeiro nome durante alguns debates, o presidente e Romney, ex-governador de Massachusetts, usaram títulos para se referir um ao outro durante toda a noite.
Mas o estilo mais assertivo de Romney transmitiu confiança e autoridade, enquanto Obama parecia distante e menos engajado.
"Obama permaneceu excessivamente controlado e contido tanto no rosto como no corpo -- enquanto Romney deixou sua energia extravasar", disse Peggy Hackney, uma especialista em linguagem corporal na Universidade da Califórnia Berkeley e na Universidade de Nova York.
Conteúdo
Em relação ao conteúdo exposto, analistas políticos também concordam que Romney venceu. Ele aproveitou a oportunidade com um discurso agressivo, que estabeleceu uma diferença de sua imagem pública.
Obama falou por mais tempo durante o debate de 90 minutos em Denver, no Colorado , mas foi o republicano que apresentou o discurso mais preciso e contrastado, com números, exemplos concretos e frases incisivas.
"Não acredito que exista dúvida: Romney venceu", afirmou G. Terry Madonna, diretor do Centro de Política e Assuntos Públicos da Universidade Franklin Marshall, que analista as eleições desde 1960.
Uma pesquisa rápida da CNN, que exibiu o debate ao vivo, assim como vários canais americanos, mostra que 67% dos telespectadores adultos consideraram que o republicano venceu, contra 25% favoráveis a Obama.
Outra pesquisa rápida do canal CBS mostra uma vantagem de dois para um. "O presidente não estava em forma esta noite", disse o analista.
Romney foi mais tenaz, mas sem abandonar o tom cortês, "sem ser obstinado ou provocativo, ou combativo", afirmou o professor, que, no entanto, não considerou o debate uma grande vitória.
Romney está atrás em todas as pesquisas em nível nacional e precisava demonstrar preparo para debater e ganhar.
"Obama acredita, como há quatro anos, que um governo maior, que gaste mais, que aumente os impostos, que regulamente mais o trabalho, funcionará", disse Romney. "Esta não é a resposta adequada para os Estados Unidos. Voltarei a restaurar a vitalidade que fará com que os Estados Unidos sigam adiante", afirmou o republicano.
Obama pareceu desconfortável.
"Não teve tempo de atacar duramente Romney com o exemplo dos 47%", disse Clyde Wilcox, professora de gestão governamental da Universidade de Georgetown. Romney afirmou há alguns meses em um evento privado com doadores que sua missão ante o eleitorado era convencer de que seu plano era melhor, mas que 47% dos americanos acreditam que devem ser sustentados pelo governo.
Thomas Mann, analista do instituto Brookings, afirmou que a decisão de Obama de não lembrar a Romney o comentário dos 47% "foi uma surpresa".
"Os liberais queriam mais sangue, mas Obama não o tirou de Romney", disse.
A equipe de Romney não demorou a declarar vitória.
"Se isto fosse um combate de boxe, teria terminado após uma hora", afirmou um conselheiro político de Romney, Eric Fhernstrom.
Até mesmo o estrategista da campanha de Obama, David Axelrod, admitiu que Romney tomou a iniciativa.
"O que vimos esta noite foi o que vimos durante as primárias, o que significa que o governador Romney tem muita vontade de atacar", afirmou Axelrod em Denver.
Analistas, no entanto, advertem que a vitória não deve superar as margens de erro em muitas pesquisas.
"Romney ainda tem uma longa batalha pela frente", explicou Wilcox.
Analistas políticos também apontam uma vitória de Romney no embate, além de pesquisas realizadas por emissoras de TV americanas.
Conhecido por sua eloquência, o presidente democrata gaguejou e fez pausas durante muitas respostas, olhando para seu próprio pódio quando não estava falando.
Imagem: ReutersMitt Romney e Barack Obama cumprimentam seus apoiadores pouco antes do início do debate presidencial nos EUA
Romney, um ex-executivo de patrimônio privado, falou em tom mais firme e foi mais conciso do que Obama, que treinou, sem sucesso, para diminuir seu estilo professoral."Com relação à linguagem corporal, Mitt Romney foi o vencedor", disse Janine Driver, especialista em linguagem corporal e autora do livro "You Can"t Lie to Me" (Você não consegue mentir para mim).
Driver disse que Obama manteve a cabeça inclinada para o lado, em vez de para cima, projetando menos confiança. Romney manteve a cabeça "em linha reta", e seus olhos focados tanto no presidente como no moderador, uma melhoria em relação a sua tendência de mudar os olhos em direções diferentes, disse ela.
"Se você fosse de outro país e assistisse a este debate baseado na linguagem corporal, pensaria que Mitt Romney já era o presidente", disse.
Histórico
Movimentos no palco durante debates podem deixar impressões duradouras e importantes nos telespectadores norte-americanos.
Suspiros frequentes do vice-presidente democrata Al Gore em um debate de 2000 com o republicano George W. Bush foram mal vistos pelos eleitores, enquanto uma olhada rápida do presidente George H.W. Bush no relógio durante um debate em 1992 o fez parecer impaciente.
Nem Obama nem Romney cometeram qualquer gafe na linguagem corporal no primeiro de três debates presidenciais antes da eleição de 6 de novembro.
Apesar de suas diferenças, os dois candidatos tiveram uma atitude educada na maior parte do tempo. Eles apertaram as mãos calorosamente no início e no fim do encontro, cada um usando o braço livre para tocar o ombro do outro.
Enquanto Obama em 2008 referiu-se ao então adversário John McCain, um senador, por seu primeiro nome durante alguns debates, o presidente e Romney, ex-governador de Massachusetts, usaram títulos para se referir um ao outro durante toda a noite.
Mas o estilo mais assertivo de Romney transmitiu confiança e autoridade, enquanto Obama parecia distante e menos engajado.
"Obama permaneceu excessivamente controlado e contido tanto no rosto como no corpo -- enquanto Romney deixou sua energia extravasar", disse Peggy Hackney, uma especialista em linguagem corporal na Universidade da Califórnia Berkeley e na Universidade de Nova York.
Conteúdo
Em relação ao conteúdo exposto, analistas políticos também concordam que Romney venceu. Ele aproveitou a oportunidade com um discurso agressivo, que estabeleceu uma diferença de sua imagem pública.
Obama falou por mais tempo durante o debate de 90 minutos em Denver, no Colorado , mas foi o republicano que apresentou o discurso mais preciso e contrastado, com números, exemplos concretos e frases incisivas.
"Não acredito que exista dúvida: Romney venceu", afirmou G. Terry Madonna, diretor do Centro de Política e Assuntos Públicos da Universidade Franklin Marshall, que analista as eleições desde 1960.
Uma pesquisa rápida da CNN, que exibiu o debate ao vivo, assim como vários canais americanos, mostra que 67% dos telespectadores adultos consideraram que o republicano venceu, contra 25% favoráveis a Obama.
Outra pesquisa rápida do canal CBS mostra uma vantagem de dois para um. "O presidente não estava em forma esta noite", disse o analista.
Romney foi mais tenaz, mas sem abandonar o tom cortês, "sem ser obstinado ou provocativo, ou combativo", afirmou o professor, que, no entanto, não considerou o debate uma grande vitória.
Romney está atrás em todas as pesquisas em nível nacional e precisava demonstrar preparo para debater e ganhar.
"Obama acredita, como há quatro anos, que um governo maior, que gaste mais, que aumente os impostos, que regulamente mais o trabalho, funcionará", disse Romney. "Esta não é a resposta adequada para os Estados Unidos. Voltarei a restaurar a vitalidade que fará com que os Estados Unidos sigam adiante", afirmou o republicano.
Obama pareceu desconfortável.
"Não teve tempo de atacar duramente Romney com o exemplo dos 47%", disse Clyde Wilcox, professora de gestão governamental da Universidade de Georgetown. Romney afirmou há alguns meses em um evento privado com doadores que sua missão ante o eleitorado era convencer de que seu plano era melhor, mas que 47% dos americanos acreditam que devem ser sustentados pelo governo.
Thomas Mann, analista do instituto Brookings, afirmou que a decisão de Obama de não lembrar a Romney o comentário dos 47% "foi uma surpresa".
"Os liberais queriam mais sangue, mas Obama não o tirou de Romney", disse.
A equipe de Romney não demorou a declarar vitória.
"Se isto fosse um combate de boxe, teria terminado após uma hora", afirmou um conselheiro político de Romney, Eric Fhernstrom.
Até mesmo o estrategista da campanha de Obama, David Axelrod, admitiu que Romney tomou a iniciativa.
"O que vimos esta noite foi o que vimos durante as primárias, o que significa que o governador Romney tem muita vontade de atacar", afirmou Axelrod em Denver.
Analistas, no entanto, advertem que a vitória não deve superar as margens de erro em muitas pesquisas.
"Romney ainda tem uma longa batalha pela frente", explicou Wilcox.
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