Rússia alerta Ocidente sobre Síria após ameaça de Barack Obama
O vice-primeiro-ministro da Síria, Qadri Jamil, falando também em Moscou, considerou a ameaça de Obama apenas combustível para mídia.
A Rússia alertou o Ocidente nesta terça-feira contra uma ação unilateral na Síria, um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter ameaçado com "consequências enormes" se o governo sírio utilizar armas químicas ou biológicas ou mesmo deslocá-las de maneira ameaçadora.
O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, falando após se reunir com o principal diplomata da China, disse que Moscou e Pequim estavam comprometidos com "a necessidade de respeitar estritamente as normas do direito internacional... e não permitir a sua violação".
O vice-primeiro-ministro da Síria, Qadri Jamil, falando também em Moscou, considerou a ameaça de Obama apenas combustível para mídia.
"Intervenção militar direta na Síria é impossível, porque quem pensa sobre isso... está caminhando para um confronto mais amplo do que as fronteiras da Síria", disse ele em entrevista coletiva.
Jamil afirmou que o Ocidente estava buscando uma desculpa para intervir, comparando o foco em armas químicas da Síria com a preparação para a invasão do Iraque em 2003 por forças lideradas pelos EUA sobre o que se provaram ser suspeitas infundadas de que Saddam Hussein estava escondendo armas de destruição em massa.
Rússia e China vêm se opondo à intervenção militar na Síria durante a revolta de 17 meses de duração contra o presidente Bashar al-Assad. Os dois países vetaram três resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiadas por países ocidentais e árabes que teriam colocado mais pressão sobre Damasco para acabar com a violência, que já custou 18.000 vidas.
Em uma das mais recentes zonas de batalha, tropas sírias e tanques invadiram o subúrbio de Damasco Mouadamiya, nesta terça-feira, matando pelo menos 20 homens jovens e queimando lojas e casas antes de recuarem, relataram moradores e ativistas da oposição.
Restrições impostas à mídia independente pelo Estado tornam impossível verificar os relatos de violência, que seguiram outro dia sangrento na segunda-feira, quando cerca de 200 pessoas foram mortas em todo o país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Os Estados Unidos e seus aliados têm mostrado pouco apetite por uma intervenção para deter o derramamento de sangue na Síria no mesmo tipo de campanha da Otan no ano passado que ajudou a derrubar Muammar Gaddafi na Líbia.
Mas Obama usou sua linguagem mais forte até agora, na segunda-feira, para avisar Assad para não usar armas não convencionais.
"Temos sido muito claros com o regime de Assad, mas também com os outros combatentes no terreno, que o limite para nós é (se) começarmos a ver um monte de armas químicas se deslocando ou sendo utilizadas", disse ele. "Isso mudaria o meu cálculo."
"Não podemos ter uma situação em que armas químicas ou biológicas estão caindo nas mãos de pessoas erradas", afirmou Obama, talvez referindo-se ao grupo xiita libanês Hezbollah, um aliado de Assad apoiado pelo Irã, ou a militantes islâmicos.
O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, falando após se reunir com o principal diplomata da China, disse que Moscou e Pequim estavam comprometidos com "a necessidade de respeitar estritamente as normas do direito internacional... e não permitir a sua violação".
O vice-primeiro-ministro da Síria, Qadri Jamil, falando também em Moscou, considerou a ameaça de Obama apenas combustível para mídia.
"Intervenção militar direta na Síria é impossível, porque quem pensa sobre isso... está caminhando para um confronto mais amplo do que as fronteiras da Síria", disse ele em entrevista coletiva.
Jamil afirmou que o Ocidente estava buscando uma desculpa para intervir, comparando o foco em armas químicas da Síria com a preparação para a invasão do Iraque em 2003 por forças lideradas pelos EUA sobre o que se provaram ser suspeitas infundadas de que Saddam Hussein estava escondendo armas de destruição em massa.
Rússia e China vêm se opondo à intervenção militar na Síria durante a revolta de 17 meses de duração contra o presidente Bashar al-Assad. Os dois países vetaram três resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiadas por países ocidentais e árabes que teriam colocado mais pressão sobre Damasco para acabar com a violência, que já custou 18.000 vidas.
Em uma das mais recentes zonas de batalha, tropas sírias e tanques invadiram o subúrbio de Damasco Mouadamiya, nesta terça-feira, matando pelo menos 20 homens jovens e queimando lojas e casas antes de recuarem, relataram moradores e ativistas da oposição.
Restrições impostas à mídia independente pelo Estado tornam impossível verificar os relatos de violência, que seguiram outro dia sangrento na segunda-feira, quando cerca de 200 pessoas foram mortas em todo o país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Os Estados Unidos e seus aliados têm mostrado pouco apetite por uma intervenção para deter o derramamento de sangue na Síria no mesmo tipo de campanha da Otan no ano passado que ajudou a derrubar Muammar Gaddafi na Líbia.
Mas Obama usou sua linguagem mais forte até agora, na segunda-feira, para avisar Assad para não usar armas não convencionais.
"Temos sido muito claros com o regime de Assad, mas também com os outros combatentes no terreno, que o limite para nós é (se) começarmos a ver um monte de armas químicas se deslocando ou sendo utilizadas", disse ele. "Isso mudaria o meu cálculo."
"Não podemos ter uma situação em que armas químicas ou biológicas estão caindo nas mãos de pessoas erradas", afirmou Obama, talvez referindo-se ao grupo xiita libanês Hezbollah, um aliado de Assad apoiado pelo Irã, ou a militantes islâmicos.
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