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Crescimento dos Estados Unidos no 2º trimestre é revisado para 1,7%

A taxa de desemprego aumentou para 8,3 por cento em julho ante 8,2 por cento no mês anterior.

A economia norte-americana teve desempenho levemente melhor que o inicialmente calculado no segundo trimestre, mas o ritmo de crescimento continuou muito lento para fechar a porta de mais afrouxamento monetário pelo Federal Reserve, banco central do país.

O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu em uma taxa anual de 1,7 por cento, informou nesta quarta-feira o Departamento do Comércio em sua segunda estimativa, ao passo que um crescimento mais forte das exportações compensou um recuo na recomposição de estoques por empresas, cautelosas com a fraca demanda doméstica.

O resultado veio acima da estimativa do governo do mês passado de 1,5 por cento e em linha com as expectativas dos economistas. A economia cresceu num ritmo de 2,0 por cento no período entre janeiro e março.

Um segundo relatório mostrou que os contratos para compra de moradias usadas nos Estados Unidos atingiram o maior nível desde abril de 2012, sugerindo que a recuperação do mercado imobiliário está ganhando força.


Embora a composição da atividade econômica seja favorável, o crescimento continua bem abaixo da taxa de 2 a 2,5 por cento exigida em todo trimestre para deixar a taxa de desemprego estável, o que pode levar autoridades do banco central dos Estados Unidos a oferecerem medidas adicionais de estímulo na reunião de 12 e 13 de setembro.

"Isso mostra uma leve melhora dos gastos públicos e dos consumidores, mas, no geral, os dados sugerem que a economia continua com um crescimento lento e isso não deve mudar", avaliou o economista-chefe de mercados na Rockwell Global Capital, em Nova York, Peter Cardillo.

"Isso certamente fortalece uma atuação do Fed para ajudar a economia", completou.

As especulações de que o Fed irá afrouxar ainda mais a política têm sido afetadas por uma retomada no crescimento de empregos e uma recuperação nas vendas no varejo em julho, mas outros dados sobre gastos empresariais e inflação dão suporte a mais ações.

O chairman do Fed, Ben Bernanke, pode dar mais clareza no cenário de curto prazo para a política monetária quando discursar no encontro de membros de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming, no final da semana.

A taxa de desemprego aumentou para 8,3 por cento em julho ante 8,2 por cento no mês anterior. A economia enfraquecida pode ser uma pedra no sapato do presidente Barack Obama para conquistar um segundo mandato nas eleições de novembro.

EXPORTAÇÕES SOBEM, ESTOQUES RECUAM

O crescimento do segundo trimestre foi revisado para cima para mostrar forte crescimento das exportações, apesar da desaceleração da demanda global. O crescimento das importações foi o menor em um ano.

O comércio contribuiu com 0,32 ponto percentual para o crescimento do PIB, em vez de subtrair um terço de 1 ponto percentual, como previamente reportado.

Isso ajudou a compensar uma queda nos estoques. Os estoques empresariais subiram 49,9 bilhões de dólares, em vez de 66,3 bilhões de dólares anteriormente e subtraíram 0,23 ponto percentual do crescimento do PIB no período entre abril e junho. No entanto, a administração cautelosa dos estoques pode ser um impulso para a economia no terceiro trimestre.

Excluindo estoques, o PIB cresceu a uma taxa de 2 por cento, em vez de 1,2 por cento. No primeiro trimestre, as vendas finais de bens e serviços produzidos nos Estados Unidos aumentaram num ritmo de 2,4 por cento.

Também houve revisões para cima no crescimento dos gastos do consumidor, que subiu para um ritmo de 1,7 por cento ante o previamente reportado de 1,5 por cento. Esse resultado foi um recuo em relação ao ritmo de 2,4 por cento registrado no primeiro trimestre.

O investimento em construção de estruturas não-residenciais foi mais forte que o previamente reportado. Mas o crescimento no investimento em equipamentos e software caiu para um ritmo de 4,7 por cento, o mais lento desde o terceiro trimestre de 2009, ante 7,2 por cento previamente reportado.

O crescimento em gastos nas construções de imóveis foi cortado para uma taxa de 8,9 por cento ante 9,7 por cento. O declínio em gastos do governo não foi tão profundo quanto o previamente reportado, com as despesas em defesa caindo para uma taxa de 0,1 por cento, em vez de 0,4 por cento.
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