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Turquia nega estar ajudando Al-Qaeda na Síria e critica Rússia

Ancara ajuda oposição síria na guerra civil contra o regime de Assad.

A Turquia não está dando abrigo ou suporte a grupos ligados à rede terrorista da Al-Qaeda na Síria, e vai continuar a excluí-los do amplo apoio que dá à oposição síria, disse nesta quinta-feira (7) o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.

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A Turquia vem provendo há tempos apoio robusto a facções armadas da oposição síria, mas a ascensão de grupos ligados à Al-Qaeda entre os opositores do regime deixou o país à mercê de acusações de que está entregando ajuda a radicais islâmicos.

"Está fora de questão que grupos como o Al-Nusra e a Al-Qaeda possam encontrar abrigo em nosso país", disse Erdogan em uma entrevista à imprensa em Estocolmo, onde fez uma visita oficial.

"Pelo contrário, quaisquer estruturas do tipo estariam sujeitas ao mesmo combate que mantemos contra grupos terroristas separatistas. Nós adotamos as medidas necessárias contra eles e vamos continuar a fazer isso", afirmou.

Nos últimos meses, grupos ligados à Al-Qaeda, como o Jabhat al-Nusra e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, se apoderaram de território sírio em áreas do norte, perto da fronteira, o que preocupa os países ocidentais que apoiam a oposição.

Ao longo dos dois anos e meio do conflito a Turquia vem mantendo uma política de portas abertas e estabeleceu um corredor de ajuda para áreas rebeldes ao permitir a passagem de ajuda humanitária, criar uma rota de fuga para refugiados e deixar o grupo rebelde Exército Sírio Livre se organizar em seu território.

"É fato conhecido quem nós reconhecemos entre os rebeldes sírios. Nós estamos em contato com o Exército Sírio Livre... e nós estamos também em contato com a Coalizão Nacional Síria (oposição)", declarou Erdogan à imprensa.

"Nós damos todo o nosso apoio e ajuda por intermédio desses", acrescentou.
Erdogan disse que a Turquia endossa uma conferência de paz sobre a Síria apoiada internacionalmente, mas culpou a Rússia -- um dos aliados-chave do presidente sírio, Bashar al-Assad-- pelo fracasso esta semana de um acordo para fixar uma data de realização das conversações.

Os Estados Unidos e a Rússia não chegaram a um compromisso na terça-feira em um encontro presidido pelo enviado da Liga Árabe e da ONU, Lakhdar Brahimi, sobre uma data para a chamada conferência "Genebra 2".

"O processo foi adiado de novo. Por que? Porque (a Rússia) está dizendo que a oposição tem de aceitar um governo de transição com o envolvimento de Assad", disse Erdogan.
"Venham e sentem à mesa, e deixem de lado todas as precondições", disse.
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