Prefeita de Vitorino Freire é alvo de operação da Polícia Federal
Segundo a PF, os investigadores estão apurando se parte dos recursos destinados à Codevasf teria sido desviado para o asfaltamento de uma rodovia que leva à fazenda da família do ministro e prefeita
Nesta sexta-feira (01), Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire (MA) e irmã do ministro da Comunicações, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga supostos desvios na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Segundo a PF, os investigadores estão apurando se parte dos recursos destinados à Codevasf teria sido desviado para o asfaltamento de uma rodovia que leva à fazenda da família do ministro e da prefeita.
Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Luanna Rezende foi afastada do cargo, estando no seu segundo mandato como prefeita. O ministro Juscelino Filho, também envolvido na investigação, não foi alvo de mandados.
Segundo informações da colunista Camila Bonfim, o fluxo dos recursos públicos seguia o seguinte padrão: o Ministro Juscelino Filho destinava verbas de emendas para a cidade de Vitorino Freire, onde sua irmã ocupava o cargo de prefeita. Parte desses recursos era então direcionada para o asfaltamento da rodovia que beneficiava a fazenda da família.
A Codevasf é uma estatal responsável por executar obras e serviços em estados do Nordeste, Norte e no Distrito Federal.
Em nota, os advogados do ministro afirmaram que ele atua visando o interesse público e o atendimento à população, destacando que as emendas parlamentares são instrumentos legítimos e democráticos.A identidade dos demais alvos da operação não foram divulgadas até o momento.
Além do afastamento da prefeita, Barroso autorizou a realização de 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís (MA), Vitorino Freire (MA) e Bacabal (MA). Caso as suspeitas se confirmem, os investigados poderão responder por diversos crimes, incluindo fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva.
A operação, denominada "Benesse", é a terceira fase da operação Odoacro, que teve início em 2021. Seu objetivo é alcançar o "núcleo público" da organização criminosa, segundo informações da PF.
Conforme a polícia, a principal envolvida no esquema é a Construservice, cujo sócio oculto, Eduardo Costa Barros, foi preso na primeira fase da operação. Ele era responsável por um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do desvio de verbas públicas, por meio de fraudes em licitações.
Na prática, os criminosos criavam empresas fictícias e simulavam competições durante as licitações, garantindo que a empresa de Eduardo sempre saísse vencedora, informou a PF.
Na segunda fase da Odoacro, um gerente da Codevasf foi afastado de suas funções sob suspeita de ter recebido cerca de R$ 250 mil das empresas envolvidas no esquema.
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