Procurador quer que prefeito de Marcolândia cancele contratos com microempreendedores individuais
O prefeito Corinto Machado de Matos Neto afirmou ao Viagora que já foi notificado e que a empresa J.P Transportes e Construções Ltda também presta outros tipos de serviços.O Ministério Público do Trabalho, através do procurador Igor Oliveira Costa, expediu recomendação ao prefeito de Marcolândia, Corinto Machado de Matos Neto, para realizar imediatamente a rescisão dos contratos com os microempreendedores individuais que atuam na limpeza de vias públicas. A recomendação foi expedida em 08 de abril deste ano.
Segundo o órgão ministerial, o serviços de limpeza das ruas deveria ser prestado pela J.P Transportes e Construções Ltda, como previsto no contrato. O procurador também recomenda que após a rescisão dos contratos, o município se abstenha de permitir, submeter e tolerar a prática de "pejotização".
Consta na recomendação que a empresa Contratada (J.P Transportes e Construções Ltda) deve executar o serviço de limpeza pública nos termos do edital do Pregão nº 028/2023, ou seja, por intermédio de pelo menos 12 empregados próprios.
Após o prazo de 15 dias da expedição da recomendação, o município de Marcolândia deverá comprovar a adoção das providências determinadas.
Contratação com a J.P Transportes e Construções Ltda
A medida foi adotada considerando a notícia de fato instaurada, anteriormente, para apurar a falha na fiscalização do contrato de prestação de serviço de limpeza pública.
Além disso, o procurador afirmou que a atual prestadora do serviço de limpeza pública do município, a J.P. Transportes e Construções Ltda, é alvo de inquérito civil que tramita paralelamente.
De acordo com a recomendação, no contrato administrativo celebrado entre o município e a empresa consta que a J.P Transportes e Construções Ltda deveria executar o serviço através de 12 empregados.
No entanto, conforme a portaria, a empresa alegou que presta serviço no município com apenas um trabalhador, que tem a função de motorista.
Devido à ausência de funcionários suficientes, o município contratou dez microempreendedores individuais (MEI) que atuam de forma subordinada, com onerosidade, pessoalidade e não eventualidade, quando, na verdade, o serviço deveria ser prestado pela empresa.
O procurador informou que a prática burla a legislação trabalhista, pois os contratos se tratam de pejotização, processo pelo qual as pessoas são contratadas através de pessoa jurídica para ocultar o vínculo empregatício.
“Considerando que a denominada “pejotização” consiste na contratação de trabalhador subordinado por meio de pessoa jurídica, com o intuito de ocultar o vínculo empregatício por meio da formalização contratual autônoma, em fraude à relação de emprego”, diz trecho da recomendação.
Desta forma, o Ministério Público do Trabalho informou que concedeu prazo ao município de Marcolândia para fazer a correção da irregularidade referente a pejotização antes de ajuizar ação civil pública.
Outro lado
Após ser procurado pelo Viagora, o prefeito de Macolância informou que já foi notificado pelo Ministério Público do Trabalho na sexta-feira (19) e que a empresa J.P Transportes e Construções Ltda também foi contratada para transporte através de carro compactador, além de carro para pegar contrato, resto de construções, equipamentos EPI e outros serviços.
A reportagem também entrou em contato com o proprietário da empresa J.P Transportes e Construções LTDA, João Paulo, que afirmou já ter sido notificado, respondeu à recomendação e explicou que o antigo contrato com a prefeitura foi rescindido em 2023 e no novo a empresa é responsável apenas pelo caminhão compactador de lixo e o motorista. O empresário afirmou também que para a prestação de serviços de limpeza a prefeitura abriu um MEI, onde eles são contratados diretamente.