Covid-19: Usuários temem contaminação nos ônibus de Teresina
A população afirma que a baixa quantidade de ônibus rodando na capital ocasiona superlotação e a ausência de dispensador de álcool gel gera medo de contaminação pelo coronavírus.
Na manhã do último sábado, 8 de agosto, os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina decidiram encerrar a greve da categoria, que já durava mais de 80 dias. Com isso, voltou a circular na capital a frota de veículos que estava circulando antes da greve, já com redução devido à pandemia do novo coronavírus.
Apesar do retorno da frota, os usuários do transporte público têm reclamado da demora e da quantidade de veículos rodando nas ruas, alegando que a frota é insuficiente para atender a população com eficiência agora que as atividades comerciais foram retomadas na capital.
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraÔnibus voltaram a circular em Teresina após mais de 80 dias de greve.
O agente de saúde Francisco da Costa relatou, em entrevista ao Viagora, que está tendo muitas dificuldades para se locomover de transporte coletivo nesta semana.
“O movimento [dos ônibus] está muito pouco. A quantidade de veículos é muito pequena. No meu bairro, que é o Lourival Parente, está até um pouco mais fácil de conseguir pegar, mas aqui no Centro está muito difícil, porque demora muito a passar”, comentou.
- Foto: Luís marcos/ ViagoraO agente de saúde Francisco da Costa reclama da baixa quantidade de veículos rodando.
Luana Carvalho, operadora de telemarketing, comentou que precisa se deslocar para o trabalho e muitas vezes precisa sair de casa com bastante antecedência devido à demora dos ônibus.
“A quantidade [de veículos] está péssima. Às vezes eu chego a passar duas, três horas esperando ônibus. E no Centro está muito pior que nos bairros, aqui a espera é bem maior”, declarou.
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraLuana Carvalho afirmou que teme contrair Covid-19 pela superlotação e ausência de medidas de higienização.
Luana comentou ainda que, devido a pouca quantidade de ônibus, as viagens acabam acontecendo com muitos passageiros, gerando aglomeração e despertando uma sensação de insegurança com relação ao coronavírus.
“A gente vê o motorista e o cobrador usando máscara, mas não tem nem álcool gel para os passageiros. Os ônibus muitas vezes vêm lotados, isso acaba dando uma sensação de insegurança na gente. Eu tenho muito medo de pegar Covid por causa disso”, afirmou.
O Viagora entrou em contato com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e questionou o órgão sobre a superlotação e baixa quantidade de veículos rodando na cidade. A superintendência se posicionou através de nota.
Confira a nota da Strans na íntegra:
A Strans, por meio de sua Gerência de Planejamento, informa que vem trabalhado na readequação da frota para definição de linhas e novos horários durante a nova etapa de retomada do transporte público. Serão levadas em consideração as principais solicitações dos usuários em todo o processo de reorganização.
A frota será adequada conforme a demanda de passageiros, que pode aumentar gradativamente durante as etapas de reabertura dos setores econômicos. Todo esse processo vem sendo monitorado pelo sistema de bilhetagem eletrônica.
Acerca das medidas de segurança e higienização dos veículos e a ausência de dispensador de álcool gel nos ônibus, a reportagem procurou o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut), que também se posicionou através de nota.
Confira a nota do Setut na íntegra:
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que elaborou um plano para retorno das atividades do transporte público, de modo que, a população possa utilizar os ônibus com toda a segurança que se faz necessária, diante da pandemia do novo coronavírus. Para utilização do transporte é obrigatório o uso de máscaras pelos passageiros e operadores. E para facilitar a circulação do ar, os veículos estão operando com as janelas abertas. A higienização na área externa e interna dos ônibus foi reforçada e acontece todos os dias. Os colaboradores receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como as faceshields, que têm se mostrado mais eficazes quanto ao potencial de proteção do colaborador. Além disso, para facilitar o acesso aos coletivos pela população e evitar a circulação de dinheiro em espécie nos veículos, a venda de cartões eletrônicos acontece dentro dos ônibus. O Cartão Expresso é disponibilizado com um valor promocional de R$10,00, com dois créditos já inclusos.
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