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Ministério Público discute aglomerações em estabelecimentos de Teresina

Segundo o MPPI, na reunião foram destacadas as dificuldades enfrentadas pelas equipes de fiscalização sanitária.

Na manhã dessa sexta-feira (03), o Ministério Público do Piauí (MPPI), por meio da 29ª Promotoria de Justiça de Teresina, dos Centros de Apoio Operacionais de Defesa da Saúde (CAODS), de Apoio às Promotorias de Justiça Criminais (CAOCRIM) e do Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial (GACEP), realizou audiência para tratar das aglomerações em estabelecimentos e a realização de festas na capital, durante a pandemia.

Segundo o MPPI, participaram das discussões representantes da Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde (DIVISA/SESAPI), da Gerência de Vigilância Sanitária da Fundação Municipal de Teresina (Gevisa/FMS), do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Piauí. A Guarda Municipal foi convidada, mas não compareceu.

  • Foto: Ministério Público do PiauíAudiência realizada na sede do Ministério Publico.Audiência realizada na sede do Ministério Publico.

De acordo com o MPPI, os debates foram abertos pelo promotor Eny Marcos Pontes, titular da 29ª PJ de Teresina, que iniciou a audiência lembrando que instituição ministerial já obteve uma decisão liminar, confirmada na sentença prolatada no dia 31 de agosto pelo juiz da 1ª vara da Fazenda Pública, que proíbe eventos de grandes aglomerações de pessoas e determina ao município que exerça o poder de polícia para o cumprimento da legislação sanitária.

Conforme o órgão ministerial, na ocasião as diretoras da DIVISA/SESAPI, Tatiana Chaves, e da Gevisa/FMS, Larisse Portela, falaram das dificuldades enfrentadas pelas equipes. Elas destacaram que necessitam de melhor estruturação das equipes dos órgãos.

Ainda segundo o MPPI, a diretora da Gevisa informou que no órgão que chefia já foram instaurados mais de 290 processos referentes às fiscalizações. As fiscais da DIVISA e da Gevisa também relataram situações de desrespeito e desacato que enfrentam durante o trabalho de fiscalização, porque muitas pessoas não querem aceitar as restrições impostas para a contenção da Covid-19.

De acordo com o Ministério Público, os promotores também destacaram que alguns estabelecimentos ainda estão em funcionamento, mesmo após constatar que estes descumpriram as orientações sanitárias. As diretoras da DIVISA e Gevisa explicaram que existe uma discrepância entre as matrizes de risco. 

Na audiência, o coronel da PM-PI Lídio Rodrigues relatou que já foram autuados 134 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) só neste ano, envolvendo questões referentes ao descumprimento das normas sanitárias.

Além do promotor Eny Pontes, a audiência também contou com o apoio dos promotores Fabrícia Barbosa, coordenadora do GACEP, Luciano Ramos, coordenador do CAOCRIM, e Karla Daniela Furtado, coordenadora do CAODS. 

Encaminhamentos

Segundo o MPPI, ficou definido que será realizada uma reunião com os representantes das Superintendências das Ações Administrativas Descentralizadas (SAADs), para dialogar sobre quais parâmetros são utilizados para emitir autorizações aos eventos que são promovidos na capital piauiense.

De acordo com o órgão ministerial, o promotor Eny Pontes solicitou que os órgãos presentes enviem ao Ministério Público Estadual, semanalmente, relatórios sobre os trabalhos de fiscalização nos estabelecimentos e eventos de Teresina e, nesses documentos, devem constar as ocorrências de desacato e desrespeito que as equipes dos dois órgãos têm sofrido.

Conforme o promotor, os relatos precisam identificar os autores das agressões aos fiscais da DIVISA e Gevisa para que estes sejam responsabilizados. O promotor solicitou que a Gevisa divulgue as multas aplicadas.

O MPPI informou ainda que também ficou deliberada a realização de reunião com os estabelecimentos que mais infringem as normas sanitárias de contenção à Covid-19, além de uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública e com delegados da Polícia Civil para tratar das questões sobre a presença de menores de idade nesses locais e a possível prática de outros delitos.

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