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Comissão do Senado debate retomada das obras da Transnordestina

A Comissão de Infraestrutura (CI) marcou para a próxima terça-feira (4) uma audiência pública para debater sobre a possibilidade.

A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal marcou para a próxima terça-feira (4) uma audiência pública para debater um novo projeto apresentado pela concessionária Transnordestina Logística visando à retomada das obras de construção da ferrovia Transnordestina. Participarão da reunião autoridades do governo e do Tribunal de Contas da União (TCU).

  • Foto: Delfim Martins/Blog do PlanaltoOperários trabalham na construção da ferrovia, em 2015.Operários trabalham na construção da ferrovia, em 2015.

As obras estão paradas há quase dois anos, após uma fiscalização feita pelo TCU. Segundo a Agência Senado, o relatório do ministro Walton Alencar concluiu que “o regime da legalidade administrativa não tolera a liberação de recursos públicos para empreendimentos que apresentam um alto risco de não conclusão”, quando nem sequer há elementos que permitam aferir o custo real da obra.

R$ 6 bilhões usados

O pedido para a realização da audiência partiu do senador Armando Monteiro (PTB-PE). Ele lembrou no requerimento a relevância estruturante que a Transnordestina terá para o Nordeste. Com 1.753 quilômetros de extensão, o projeto passa por 81 cidades, de Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).

Cerca de R$ 6,3 bilhões já foram gastos em mais de 10 anos, com estágio de conclusão de 52%, informa o senador. Ele sustenta que a Transnordestina permitirá, numa estrutura multimodal, escoar a produção do oeste baiano e do sul do Maranhão. A produção de minérios, soja, algodão, milho e frutas da região seria escoada para mercados externos pelos portos de Suape e Pecém. “A estimativa é que a ferrovia transporte 30 milhões de toneladas de carga por ano, reduzindo os custos aos produtores, hoje obrigados a escoar sua produção por caminhões, que transportam a carga aos portos do Sudeste", explica.

Nova proposta

Armando acrescenta que a concessionária Transnordestina Logística apresentou um orçamento atualizado das obras, novos estudos de demanda e projetos executivos de engenharia para trechos da ferrovia.

Pelo novo projeto, a obra só será concluída em 2027, exigindo um aporte adicional de R$ 6,7 bilhões. O objetivo da audiência é justamente conhecer de forma mais aprofundada o novo projeto, sua viabilidade e as fontes de financiamento, além de sua funcionalidade num prazo mais curto.

O senador reforça que um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que o projeto original de financiamento e gestão da ferrovia tornou-se inviável. Por isso a CNI também defende a mudança para um projeto menos ambicioso tecnologicamente e mais econômico.

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