Caso das crianças envenenadas: Chico Lucas explica demora para perícia em cajus

O secretário de Segurança Pública afirmou que a demora na conclusão da perícia se deu por conta da necessidade de reagentes químicos importados, estes chegaram ao Piauí somente em dezembro.

Nessa segunda-feira (13), o secretário de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), Chico Lucas, reconheceu que houve um "erro sistêmico" no caso que levou à prisão da aposentada Lucélia, inicialmente apontada como a principal acusada de matar duas crianças envenenadas com cajus em Parnaíba. A teoria que embasava a linha de investigação foi desconsiderada, após um novo laudo da Perícia Científica apontar que as frutas não possuem veneno.

Por meio das redes sociais, Chico Lucas afirmou que a demora na conclusão da perícia se deu por conta da necessidade de reagentes químicos importados, estes chegaram ao Piauí somente em dezembro.

“Quando assumi a Secretaria de Segurança Pública, o Piauí enfrentava o desafio da ausência de um laboratório de toxicologia. Em 2024, inauguramos o laboratório, e o caso dos cajus, em Parnaíba, foi o primeiro a contar com exames realizados localmente. No entanto, a análise exigiu reagentes químicos importados, que só chegaram em dezembro, o que prolongou o processo pericia”, afirmou.

De acordo com o secretário, a polícia agiu com profissionalismo, pois tudo foi realizado dentro do processo legal, mas admite que houveram “possíveis erros”.

“A prova técnica que libertou Lucélia Maria foi produzida pela Polícia Civil, reforçando nosso compromisso com a verdade e o devido processo legal, mesmo diante de possíveis erros. A investigação policial não é leviana, mas conduzida com responsabilidade e ética”, ressaltou.

O gestor da SSP-PI também defendeu o direito de defesa da mulher que ficou encarcerada por quase cinco meses, mesmo sem ter comprovação de que, de fato, teria envenenado as crianças.

“Defendemos o direito de defesa e confiamos no sistema de justiça para tratar todos com legalidade. E vamos continuar trabalhando por uma segurança pública técnica, eficiente e comprometida com a verdade”, afirmou.

Entenda o caso

Em agosto de 2024, duas crianças morreram envenenadas e a principal suspeita foi Lucélia, vizinha das vítimas, que tinha oferecido cajus a elas. 

A mulher foi presa no dia 23 de agosto após um laudo apontar que havia presença de veneno nas crianças A aposentada teve sua residência incendiada por populares revoltados com o caso. 

Ocorre que o segundo laudo toxicológico foi finalizado apenas em janeiro deste ano, descartando totalmente a presença de veneno nos cajus, inocentando assim a mulher presa.

Com a decisão da juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos determinando a soltura da mulher, Lucélia deixou a Penitenciária Feminina de Teresina nessa segunda-feira (13).

A nova linha de investigação da polícia apura a participação do padrasto da mãe das crianças, Francisco, no crime. O homem foi preso suspeito de ter envenenado a comida que matou quatro pessoas da mesma família no município de Parnaíba.

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