PF deflagra Operação Conexão Cajueiro e prende dois policiais militares no Piauí

De acordo com a Polícia Federal, os militares são suspeitos de participar de uma organização criminosa especializada no contrabando e descaminho de mercadorias estrangeiras.

Nesta quinta-feira (23), dois policiais militares foram presos durante a Operação Conexão Cajueiro, deflagrada pela Polícia Federal com o objetivo de combater uma organização criminosa transnacional especializada nos crimes de contrabando e descaminho com atuação em Cajueiro da Praia. A ação resultou no cumprimento de 29 mandados judiciais, sendo sete de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão.

De acordo com informações da PF, o grupo criminoso descarregava e transportava mercadorias estrangeiras no Brasil através de portos clandestinos, situados no litoral do Piauí, na região formada pelos rios Timonha e Ubatuba.

Foto: Divulgação/ PF
Diligências durante a Operação Conexão Cajueiro da PF no Piauí

A operação contou com a mobilização de 80 policiais que auxiliaram no cumprimento das ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Piauí. A ação contou com apoio da Corregedoria, da Polícia Militar e da Receita Federal.

Os mandados foram executados nos estados do Piauí, Ceará, Maranhão, Pará e São Paulo, nos municípios de Parnaíba (PI), Cajueiro da Praia (PI), Teresina (PI), Chaval (CE), Sobral (CE), Peritoró (MA), Santa Inês (MA), Abaetetuba (PA) e São Paulo (SP).

Também foi determinado pela Justiça Federal o sequestro de bens e valores de valor superior a R$ 250 milhões, que representa a quantia aproximada das movimentações financeiras identificadas até o momento.

Dinâmica do esquema criminoso

A PF informou que as investigações foram iniciadas em 2022 após um dos líderes do grupo criminoso ser assassinado em Cajueiro da Praia devido a disputas por controle dos negócios ilegais.

A partir dessas apurações, as autoridades constataram que o homem assassinado fazia as operações de descarregamento de embarcações e de transbordo de mercadorias para caminhões, que em seguida partiam para o local de destino.

Conforme a Polícia Federal, uma espécie de “manobrista” de navios, conhecido como “prático”, era utilizado pela organização criminosa para conduzir grandes embarcações nos portos, onde as cargas eram descarregadas e transbordadas.

Como resultado das diligências, a PF conseguiu apreender caminhões e embarcações utilizados no transporte das mercadorias, dentre elas cigarros proibidos no país e produtos de marcas conhecidas com indícios de falsificação, além de dois fuzis sem numeração de série.

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