Larissa Manoela, mãe e namorado são intimados para depor em inquérito
Os três foram intimados a prestar depoimento em inquérito que investiga se a mãe da atriz praticou racismo religioso contra a família de André Luiz Frambach
A Polícia Civil do Rio de Janeiro intimou a atriz Larissa Manoela, seu noivo, André Luiz Frambach, e sua mãe, Silvana Taques, para prestarem depoimento em inquérito que investiga se Silvana cometeu racismo religioso contra a família de André, após a revelação de mensagens trocadas entre mãe e filha.
Segundo informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), a investigação entrou em vigor na terça-feira (22), pela delegada da unidade, Rita Salim. O processo foi iniciado após a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio produzir uma notícia-crime de discriminação e preconceito de religião.
Em 2023, os crimes de intolerância religiosa tiveram suas punições endurecidas, com pena de até cinco anos, de acordo com o previsto na lei que equipara crimes de injúria racial a racismo, além de proteger a liberdade religiosa.
Em mensagens enviadas por Silvana Taques para Larissa Manoela no dia 24 de dezembro de 2022, a pedagoga utiliza o termo “macumbeira” para caracterizar a família do ator André Luiz Frambach, que crê na doutrina espírita kardecista. A palavra usada pela mãe da atriz possui cunho pejorativo quando associada a religiões de matriz africana.
“Esqueci de te desejar... que você tenha um ótimo natal aí com todos os guias dessa família macumbeira”, disse Silvana na mensagem enviada via WhatsApp, além de completar com uma risada.
A delegada Rita Salim explicou mais sobre a situação. “A religião, na grande maioria, foi formada por pessoas negras. Ela transfere o racismo para a religião, mesmo quando se trata de vítima de cor branca. Vamos ouvir todos os envolvidos no caso, entre eles a mãe e o pai da atriz. Também vamos chamar o noivo da Larissa”, disse.
Carlos Nicodemos, advogado representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, afirmou, após a Decradi aceitar a notícia-crime e iniciar uma investigação, que pretendia intimar Silvana Taques e Gilberto Elias para prestarem depoimento no inquérito.
De acordo com a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, que apresentação da notícia-crime foi motivada pelo entendimento de teor na mensagem da mãe de Larissa que se configuraria como “ato discriminatório travestido de formas contemporâneas de racismo”.
O documento produzido pela Comissão afirma que “a manifestação de Silvana extravasa os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas e estímulo à intolerância e ao ódio contra as religiões de matriz africana, não merecendo proteção constitucional e não podendo ser considerados liberdade de expressão, enquadrando-se no crime de racismo”.
Segundo o coordenador do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), Ivanir Santos, a notícia-crime está apta a ser protocolada pois, apesar de ser um “caso da esfera privada, que só cabia à atriz ou o namorado dela representar”, se “tornou público, e pode ofender aos adeptos da religião”.
Os advogados Carlos Nicodemos Oliveira Silva e Maria Fernanda Fernandes Cunha foram os profissionais responsáveis pela assinatura da notícia-crime.
Em entrevista concedida ao Fantástico (TV Globo) no dia 13 de agosto, Larissa Manoela revelou detalhes do conflito que tem vivenciado com os pais durante meses. Silvana e Gilberto eram responsáveis pela gestão da carreira da artista, incluindo o âmbito financeiro, mas entraram em desavenças que acabaram levando a uma crise na relação da família, com um rompimento público. Segundo a atriz, os pais a negaram acesso a maior parte dos recursos dos ganhos que foram fruto do seu trabalho.
No último domingo (20), o Fantástico divulgou uma outra troca de mensagens de WhatsApp entre mãe e filha, a qual teve acesso. Na conversa, que ocorreu na véspera do Natal de 2022, é possível observar a gravidade das discordâncias entre a família.
Larissa Manoela ainda revelou que chegou até mesmo a passar três meses sem plano de saúde, sem seu conhecimento, além de ter tido sua entrada bloqueada em um imóvel pertencente à família e de descobrir que os pais realizaram retiradas de cerca de R$ 5 milhões de suas contas, apenas ao longo do último ano.
Por Rebeca Negreiros
Com informações do G1
Larissa Manoela
André Luiz Frambrach
Silvana Taques
Gilberto Elias
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