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Wellington Dias desagradou até mesmo o PT ao falar sobre saúde de Lula

Brasil inteiro se preocupou com a saúde de um dos políticos mais importantes do país.

Getúlio Vargas, Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek; é nessa lista dos grandes nomes que marcaram a história do Brasil que o ex-presidente Lula está inserido, isso se ele não for o mais importante ou, pelo menos, o mais querido.

Não é à toa que a declaração do candidato à Prefeitura de Teresina, Wellington Dias, acabou desagradando a cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores, pois, no momento em que o ex-presidente começa a tentar levantar seus candidatos nas campanhas, um assunto volta a ser motivo de preocupação: a real situação da saúde de Lula.

Conhecedor do estilo petista de lidar com essas situações, Wellington Dias deverá receber uma espécie de ‘censura’ da cúpula do PT para não falar mais sobre a situação da saúde de Lula.

A campanha do senador, que iniciou com rachas e conflitos internos dentro do território piauiense, agora enfrenta também uma crise com a cúpula nacional do PT, que tem desmentido a ‘suposta’ vinda do ex-presidente para ajudar Wellington em Teresina.

Segundo do senador petista, ‘Lula cancelou sua vinda o Piauí por causa do seu estado de saúde’. E se campanha de Wellington Dias estiver falando a verdade? E se o ex-presidente Lula realmente não está bem de saúde? Mas, e se tudo for mentira, tudo armado para conseguir votos se aproveitando do carisma incomparável de Lula? São perguntas em que todas as respostas desagradam ao Partido dos Trabalhadores.

Quanto à situação da saúde do ex-presidente, o país inteiro ficou preocupado, mas seu médico particular garante que ele está bem e desde o mês passado está liberado para campanhas políticas. ‘Não alterou nada. Eu mantenho a mesma orientação. O presidente tem condição de ter uma vida normal. Se ele quiser fazer discursos, comícios, isso faz parte da vida normal dele e ele pode fazer isso’, afirmou o cardiologista Roberto Kalil ao Portal G1, da Rede Globo.

O episódio foi mais um que arranhou a campanha do senador Wellington Dias. O senador garantiu que o apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula foram determinantes para que ele encarasse a candidatura.

Por enquanto, o senador tem recebido apenas apoio do banco de reserva do PT, políticos do segundo escalação e pouco conhecidos em Teresina. É senador carioca que luta contra interesses do Piauí como Lindenbergh Farias (PT-RJ), inimigo da divisão do Pré-Sal, é o presidente do PT, Rui Falcão, que comanda o partido num momento dos mais difíceis e sem sucesso (queda nas pesquisas e julgamento do mensalão no STF), além de um senador cearense e, em breve, anunciam a vinda de Marco Maia (presidente da Câmara dos Deputados).

Com a vinda do banco de reservas do PT, o senador piauiense busca mostrar que tem prestígio em Brasília, mas, a impressão que deixa é de que o PT Nacional também o trata como um líder reserva.

O jornal O GLOBO, em matéria assinada por Maria Lima, deu outra explicação para o cancelamento das viagens de Lula para apoiar seus candidatos no Nordeste. ‘A pretensão inicial do ex-presidente Lula de percorrer pelo menos 17 estados em campanha pelos candidatos petistas está indo por água abaixo. Nem tanto por restrições médicas, mas pelas dificuldades impostas por aliados e pelo mau desempenho dos concorrentes, que podem atrelar suas derrotas à imagem de Lula’, diz a matéria ‘Lula cancela ida a palanques de candidatos do PT no Nordeste’.

Coordenador de W.Dias lembra do caso Francisca Trindade
Um dos primeiros a justificar sobre a polêmica da ausência de ex-presidente Lula foi ex-secretário de Comunicação de Wellington e atual coordenador de campanha, Oscar de Barros.

Segundo Oscar de Barros, a vinda de Lula tinha sido acertada em agosto, quando o senador esteve com Lula gravando vídeo para a campanha. ‘O agendamento programado estaria temporariamente suspenso em razões de orientações dos médicos de Lula que ainda tem a saúde controlada por tratamento sistemático’, declarou Oscar de Barros em sua página no Facebook.

Nesta sexta-feira (07), Oscar de Barros voltou a tocar no assunto e falar de "pressões" por causa das informações sobre a saúde de Lula e lembra da morte da deputada Francisca Trindade, em 2003.

Imagem: ReproduçãoOscar de Barros em sua página no Facebook(Imagem:Reprodução)Oscar de Barros em sua página no Facebook

‘Em 2003, eu era Secretário de Comunicação do Governo do Piauí. A então deputada Francisca Trindade sofreu um AVC e agonizou alguns dias. Foram suficientes para idas e vindas do complexo ‘noticia-política-impacto na sociedade’. Certo dia, conversando com um dos médicos que acompanhavam o caso, fiquei sabendo que era irreversível o caso. Em seguida, ao dar uma entrevista senti o peso da responsabilidade: como não faltar com a verdade? Como não proporcionar uma comoção social? Como antecipar algo que eu sabia super previsível mas que ainda não havia acontecido? Fui para a entrevista e falei da gravidade do quadro da deputada. Ainda hoje me lembro das pressões sofridas logo em seguida’, lembra Oscar de Barros.

A assessoria do candidato petista em Teresina se incomoda com a repercussão que o caso ganhou nos portais e jornais locais. Porém, o caso não ganhou repercussão porque o senador Wellington Dias é candidato, mas sim, pelo fato do próprio senador tentar justificar a ausência de Lula com um assunto tão delicado que comove o país: a saúde e, consequentemente, o futuro político de Lula.

Não é à toa que a mídia nacional foi atrás da informação para confirmar sobre a saúde de Lula e chegou até a ironizar as justificativas dadas por Wellington Dias.

Notícia divulgada nos portais ESTADÃO, VEJA, TERRA E R7:

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