Agricultores das hortas do Dirceu passam dificuldades na pandemia
Os agricultores da Avenida Noé Mendes, conhecida como Avenida das Hortas, relatam que tiveram prejuízos com falta de clientes durante a pandemia do coronavírus.
A pandemia do novo coronavírus acarretou em uma série de medidas restritivas de circulação de pessoas na cidade, decretadas por prefeitos e governadores como forma de prevenir o contágio pelo vírus. Com isso, grande parte dos comerciantes teve que suspender suas atividades, estando autorizados a funcionar apenas os estabelecimentos considerados essenciais, como supermercados e farmácias.
Em Teresina, os agricultores proprietários de hortas localizadas na Avenida Noé Mendes, conhecida popularmente como Avenida das Horas, no bairro Dirceu Arcoverde, puderam manter o cultivo dos vegetais e a venda para o público. No entanto, o isolamento social reduziu drasticamente a quantidade de clientes que circulavam pelo local e compravam suas hortaliças.
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraTrabalhadores da Horta do Dirceu relatam dificuldades durante a pandemia do coronavírus.
A agricultura Antonieta de Castro, que mantém uma horta no local, afirmou ao Viagora que as vendas se tornaram muito escassas e que isso gerou grandes prejuízos.
“O movimento diminuiu bastante. Aqui nós tínhamos venda exemplar e tomamos um prejuízo grande. Eu mesma tomei um prejuízo de quase mil reais. Porque eu vivo disso aqui, daqui eu tenho que comprar a minha alimentação. A situação está muito difícil, eu vendia muito para o mercado, quem comprava muito era o pessoal do mercado do Parque Piauí, mas eles não estão comprando porque não está tendo saída”, comentou.
Antonieta contou que tem sido bastante difícil para ela se manter e pagar as despesas de casa. “Eu fazia venda de quantidade grande, só que agora não estou tendo mais essas vendas grandes. Está difícil para a gente pagar as contas, água, luz, aluguel. Eu tenho que tirar o sustento todo daqui, porque eu não tenho renda. Se o mercado voltasse a abrir, eu acho que as coisas voltariam ao normal, mas vamos ver até onde vai isso”, disse.
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraSem clientes, hortas da Avenida Nóe Mendes geram prejuízos para os agricultores.
O plano de retomada da economia implementado pela Prefeitura de Teresina estabelece que o comércio atacadista e varejista de bens duráveis pode retornar nesta segunda-feira, 27 de julho, em horário especial. Questionada se o fato de mais pessoas circularem pela cidade com a reabertura poderia melhorar a situação dos agricultores da região, Antonieta afirmou estar esperançosa de que as vendas voltem a ser como antes.
“Nós esperamos que o movimento aqui possa melhorar bastante. Principalmente porque hoje as coisas estão muito caras. Você vai no mercado comprar uma coisa e sai por um preço, no dia seguinte o preço já mudou e ficou mais caro. A única coisa que podemos fazer é esperar em Deus”, declarou.
Antonieta comentou ainda que, caso as pessoas não voltem a comprar, não sabe até quando poderá manter a horta. “Eu não sei até quando, mas o prejuízo que tive foi só tentando manter aqui. Tenho problemas de saúde que me impedem de cuidar de tudo aqui, e tive que contratar um rapaz para me ajudar a fazer as coisas na horta, porque tem dias que fico muito debilitada. Estamos aqui todo dia, mas ninguém sabe até quando”, explicou.
- Foto: Luis Marcos/ ViagoraAgricultores relatam terem tido prejuízos para manter hortas na pandemia.
A agricultora mencionou que a única ajuda que os proprietários de hortas tiveram do poder público foi uma cesta básica que cada um recebeu, ainda no início da pandemia.
“A prefeitura ajudou com uma cesta básica, mas foi só isso e acabou. Eu sou mãe solteira, não tenho marido. Meu filho até tem renda, mas é dele, não é minha. Eu tenho que trabalhar para ganhar o meu. Qualquer ajuda que a gente recebe aqui é muito bem vinda”, finalizou.
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