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Ministério Público do Piauí retoma atividades do Programa Reeducar

A iniciativa tem como objetivo desconstruir pensamentos machistas e reeducar homens envolvidos em casos de violência doméstica e familiar.

Nessa terça-feira (31), o Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) do Ministério Público do Piauí (MPPI), coordenado pela promotora de Justiça Amparo Paz, retomou as atividades do Programa Reeducar, após uma pausa devido à pandemia da covid-19.

A iniciativa finalista do Prêmio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) 2021, tem como intuito desconstruir pensamentos machistas e reeducar homens envolvidos em casos de violência doméstica e familiar.

  • Foto: DivulgaçãoHomens envolvidos em violência doméstica participam de Programa ReeducarHomens envolvidos em violência doméstica participam de Programa Reeducar

Ao longo de nove módulos, realizado um por mês, serão realizados encontros com palestras, atividades pedagógicas, educativas e discussões que levam à promoção da reflexão e mudança de comportamento sobre a cultura machista, desigualdade de gênero, respeito à mulher e bom convívio familiar.

Segundo a promotora de Justiça, Amparo Paz, o programa contribui para uma sociedade em que as mulheres sejam respeitadas.

“É uma grande satisfação poder retomar o Reeducar, que já está em sua 5ª edição. É uma iniciativa que nos dá muita satisfação, pois podemos colaborar ativamente para uma sociedade em que as mulheres tenham seus direitos humanos respeitados. Com o Reeducar, nós propomos aos homens uma nova maneira de enxergar a mulher, de respeitá-la, convidando-os para a construção de uma sociedade menos machista. A violência contra a mulher é um grave problema social e só vamos conseguir enfrentá-la com educação e mudanças de pensamento e posturas”, defende.

Programa Reeducar

Conforme a assistente social do MPPI, Núbia de Caldas, o programa é composto por nove módulos que irão propor reflexões sobre temas como o papel do homem na sociedade, saúde, família e o uso indevido de drogas. Neste primeiro módulo, foi realizada uma reflexão sobre “O homem na atualidade: família, cultura e papéis sociais da mulher e do homem”.

“O Projeto Reeducar foi idealizado pela Dra. Amparo e, desde o início da Lei Maria da Penha, a gente pensou em alguma coisa que fosse além da punição. Diante disso, se pensou em módulos que pudessem fazer com que esses homens repensassem seus atos e eles mesmos buscassem a responsabilização, não como forma de punição, mas de educação para sua vida, para sua família. É por isso que o primeiro módulo é refletindo sobre esse homem na sociedade. Na sequência, teremos os outros módulos sobre saúde, uso indevido de drogas, atenção com os filhos, por exemplo”, explicou.

  • Foto: DivulgaçãoMPPI retoma atividades do Programa ReeducarMPPI retoma atividades do Programa Reeducar

A psicóloga do Nupevid/MPPI, Cynara Veras, destaca que, mesmo após o fim dos nove módulos, a equipe do Ministério Público continua monitorando os participantes.

“A importância do Reeducar se dá ao tempo em que os homens se oportunizam falar sobre suas questões, sobre o que levou ao cometimento daquela violência, quando eles se responsabilizam, reconhecendo que tais condutas são prejudiciais. Nós fazemos o monitoramento desses homens por até um ano após o fim do programa, mantendo contato com as vítimas e com eles, para saber como que ficou esse processo após o Reeducar. É um programa de desconstrução dessa conduta, desse tipo de comportamento”, destacou.

O programa “Reeducar: o homem no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a Mulher” é finalista do Prêmio CNMP 2021.

A iniciativa do Ministério Público do Piauí, coordenada pela Promotora de Justiça Amparo Paz, através da 10ª Promotoria de Justiça, é uma das três finalistas do prêmio nacional na categoria 06 – Diálogo com a sociedade. A cerimônia de entrega do Prêmio CNMP 2021 está prevista para o dia 14 de outubro, a partir das 15 horas.

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