Dr. Gilberto diz que hospitais de campanha não resolvem situação da Covid
O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) esteve na Câmara de Teresina para discutir a situação da Covid-19 na capital piauiense.
Na manhã desta quinta-feira, 25 de fevereiro, aconteceu na Câmara Municipal de Teresina uma audiência pública, solicitada pelo vereador Dudu (PT), para discutir a situação da Covid-19 na cidade e a taxa de ocupação de leitos exclusivos para pacientes diagnosticados com a doença na rede pública municipal.
Na ocasião, esteve presente o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, que expôs os dados referentes à doença causada pelo novo coronavírus na capital piauiense.
“A Câmara pediu e já era uma solicitação nossa previamente, porque existem muitas informações sobre a saúde nesse período, e como os vereadores são representantes do povo, é justo que eles saibam da própria FMS qual é a situação atual, quais são os planejamentos vigentes para enfrentar essas dificuldades e, de certa forma, uma prestação de contas do que nós encontramos na Fundação”, comentou Gilberto.
- Foto: Luís Marcos/ViagoraPresidente da FMS de Teresina, Gilberto Albuquerque.
Nos últimos dias, a FMS tem alertado para a alta taxa de ocupação de leitos de UTI Covid em Teresina, afirmando que já estão ocupados 85% do total e que o número pode aumentar ainda mais. No ponto mais crítico da pandemia em 2020, foram instalados hospitais de campanha para desafogar o atendimento nos hospitais já existentes na rede pública municipal, porém as unidades foram fechadas após uma queda no número de internações.
Questionado se a manutenção dos hospitais de campanha poderia ter sido uma medida para ajudar a atender a crescente demanda de internações de pacientes com Covid-19 na capital, Gilberto Albuquerque afirmou que as unidades não poderiam ser mantidas por muito mais tempo devido a não possuírem a estrutura necessária para atender os pacientes em totalidade.
“Os hospitais de campanha eram estruturas improvisadas, com equipamentos inadequados, estruturas temporárias. Então não fica-se um hospital de campanha por um ano instalado sem tomar providências para torná-lo definitivo. Eram estruturas caras, custava ao município R$ 17 milhões, e não atendiam às necessidades dos pacientes. [...] Eles existiram em um momento que não havia alternativa, mas depois o poder público é obrigado criar alternativas fixas, reais e seguras, e foi o que a gente fez, a gente não pode tratar pacientes graves com Covid-19 em estruturas improvisadas por muito tempo”, declarou o presidente da FMS.
Acerca das medidas tomadas por meio de decreto pelo Governo do Estado, seguidas pela Prefeitura de Teresina, para conter o avanço da Covid-19, Gilberto comentou que entende que foram adotadas as medidas possíveis, mas que a situação da doença não deve se resolver tão rápido.
“Foram tomadas as medidas possíveis. O governador não ouve só o lado da saúde, ele ouve o COE, a Fundação, a estrutura hospitalar. Ele junta com a estrutura econômica, ouve os órgãos que trabalham com o setor econômico, vê a parte jurídica possível e daí eles fazem o decreto. Então essas medidas tomadas foram as possíveis nesse cenário. [...] Em curto prazo, não resolve a situação da alta na ocupação dos leitos Covid, mas se essas foram as medidas possíveis, a gente tem que trabalhar com o que é possível. Quando o prazo do decreto vencer, vai ser feita uma avaliação e dependendo do caso pode ser mudado o decreto, pode flexibilizar e pode apertar mais, tudo depende da cooperação da população”, completou.
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