SIMEPI pede ao CRM a interdição do HUT após mortes de pacientes

A desastrosa gestão do prefeito Dr. Pessoa na área da Saúde chegou ao ponto lastimável de provocar mortes de pacientes no principal hospital de referência do estado, o HUT de Teresina.

Diante da situação caótica e desumana, o Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) teve que reagir e, através de sua presidente Lúcia Maria de Sousa Aguiar dos Santos, encaminhou ofício jurídico, nessa terça-feira (05), ao Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-PI) pedindo a urgente interdição ética do trabalho médico no Hospital de Urgência de Teresina.

Foto: Viagora

Dr. Pessoa e HUT

A solicitação ocorreu após denúncia veiculada na imprensa local relatando que os médicos estão trabalhando no hospital sem as mínimas condições de exercerem a função, ocasionando até mortes de pacientes. Assim sendo, o Conselho pede que o médico seja proibido de trabalhar, a fim de salvaguardar a segurança do profissional, bem como dos pacientes.

Além disso, foi destacado que a farmácia do HUT se encontra desabastecida há meses, com falta de medicamentos básicos, como antibióticos, analgésicos e morfina. Esta é muito usada para pacientes com dores fortes, vítimas de traumas. Apontam que são, pelo menos, 10 medicamentos em falta.

“De acordo com o relato dos médicos, a falta de medicamentos no HUT já causou mortes e prejuízo à saúde dos pacientes, evidenciando a total ausência de condições mínimas para a segurança do ato médico. Também denunciam a morte e agravamento da saúde dos pacientes internados por hipertermia, em consequência de os aparelhos de ar-condicionado das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estarem quebrados”, destaca o SIMEPI.

O sindicato ainda ressalta que em 30 de janeiro deste ano, após várias denúncias relatadas pelos médicos que trabalham no HUT, foi realizada uma fiscalização in loco na unidade de saúde, onde foi possível constatar a ausência de insumos e medicamentos básicos, bem como a precariedade das condições estruturais e sanitárias para a assistência à saúde dos pacientes e realização do ato médico. A situação foi encaminhada para o Ministério Público do Estado para tomada de providências.

Não é de hoje que o HUT está nessa situação caótica, e até o presente momento não se tem conhecimento de uma atitude mais enérgica e concreta por parte do Procurador-Geral de Justiça do Piauí, Cleandro Moura.

A presidente registra também que os médicos servidores do município de Teresina já haviam realizado duas paralisações de advertência em virtude das condições precárias da Unidade, no dia 22/01/2024 e 29/01/2024.

“Imperioso ressaltar ainda que o HUT é o maior serviço de urgência e emergência pública do estado do Piauí, atendendo toda a demanda da capital Teresina, dos municípios do interior do Piauí e de estados vizinhos, o que evidencia, ainda mais, a necessária URGÊNCIA de atuação deste Conselho Profissional a fim de salvaguardar a segurança do ato médico, bem como a própria vida dos pacientes daquele hospital, haja vista o total descaso da gestão municipal”, finaliza o SIMEPI.

Outro lado

O Viagora  procurou o secretário de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Teresina, Thesco Silva, que ao ser questionado sobre o pedido do Simepi para interdição ética do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), não respondeu à reportagem.

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, também foi procurado, mas até o fechamento da matéria o gestor não atendeu às ligações.

Ao ser procurado sobre o assunto, o presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, Italo Costa, através da asssessoria, emitiu uma nota sobre o caso. Confira abaixo o esclarecimento na íntegra:

O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Italo Costa, informa que o abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde do município está em processo de regularização. 

O pagamento dos fornecedores provenientes dos pregões está sendo efetuado, possibilitando a entrega de uma grande parte dos medicamentos nas unidades de saúde na segunda-feira (4). 

Ao longo desta semana, está prevista a entrega de outros quantitativos. 

Italo Costa destaca que, desde que assumiu a gestão da FMS, tem se empenhado em regularizar o abastecimento de medicamentos nos hospitais e unidades de saúde do município.