Economia parada poderá gerar caos social com saques pelo país
A situação vivida no país atualmente devido a pandemia do coronavírus é inédita. Não se tem notícia de uma situação parecida na história brasileira. As autoridades não se entendem sobre a forma como deve ser combatido o vírus vindo da China.
O presidente Bolsonaro defende a volta da atividade comercial e industrial, e que as pessoas do grupo de risco fiquem em quarentena. Já governadores e prefeitos preferem adotar medidas mais radicais como isolamento social e o fechamento do comércio e da indústria. Entendem que dessa maneira será mais eficaz o combate ao covid-19.
Concordo com ambos os lados. Mas é preciso encontrar um meio termo para que o país não volte para o buraco de onde estava começando a sair, em decorrência do desastre econômico produzido pelos governos Lula e Dilma.
A história nos ensina que nem nos momentos de guerra, a atividade econômica parou de funcionar. Pelo contrário, ela estava em funcionamento e a pleno vapor, pois era necessário produzir armas e alimentos para manter os exércitos fortes para encarar o fronte de batalha.
Agora vem a grande questão: por que o país tem que parar de gerar riqueza se não estamos em guerra? Dirão alguns que estamos em guerra contra um vírus mortal. Claro que estamos! Porém, para acabar com o vírus não é preciso “matar” milhares de trabalhadores e empresários. A história está aí para provar isso.
Boa parte das autoridades defensoras do isolamento social e do fechamento do comércio estão em suas mansões abarrotadas de alimentos e com contas recheadas de dinheiro. Estes podem passar de seis meses a um ano sem sentir a angústia que milhares de pais de família já estão sentido na pele devido à falta de dinheiro.
É muito fácil defender as posições acima quando se vive do dinheiro público ou se é rico. Agora vá perguntar ao trabalhador que está nesse momento em casa sem perspectiva nenhuma de voltar ao trabalho para manter o sustento de sua família.
A economia do país estava prevista para ter um crescimento de 2% neste ano. Porém, com a crise do vírus chinês as análises de economistas são sombrias. O país pode voltar a ter uma recessão mais grave do que a passada.
Milhares de trabalhadores aplicaram os poucos recursos que tinham para investir no seu próprio negócio. Abriram pequenas empresas pelo país para tentarem sobreviver a crise. Agora esse sonho acabou! E pior, vai gerar uma grande massa de desempregados e desvalidos. O governo não tem recursos suficientes para ajudar a todos.
Se o país persistir com a atividade econômica parada, poderemos ter uma situação incontrolável de saques a supermercados, farmácias, lojas, etc. Isso pode vir a ocorrer quando os trabalhadores e pais de família não tiverem mais recursos para manter seu sustento.
As medidas adotadas pelos governadores poderão gerar uma convulsão social sem precedentes no país. Se chegarmos a essa situação, o vírus será fichinha diante de uma situação dessas.
É necessário que o bom senso prevaleça e a atividade econômica volte à normalidade. E que seja adotado no ambiente de trabalho as medidas de prevenção do Ministério da Saúde.
Letalidade do vírus
No epicentro do surgimento do covid-19, a China registrou 80 651 casos da doença e teve 3 070 mortes.
Comparando o coronavírus com outras epidemias recentes, como a gripe A (H1N1) e o ebola, a doença mostra níveis menores de infectividade e letalidade.
O ebola causou uma epidemia nos anos entre 2014 e 2016 em países africanos matando 11 308 pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a taxa de mortalidade da doença chegou a 50%.
A gripe A causou uma pandemia em 2009 e causou a morte de 18 500 pessoas até o final de 2010.
Países como Itália e Espanha estão sofrendo um forte aumento no número de infectados e de mortes devido o covid-19. Dois detalhes explicam a facilidade de expansão do vírus nesses países: a alta taxa de população idosa e o clima frio.
Existe uma epidemia mais grave e mortal no Brasil ignorada por muitos. A taxa de mortes por crimes violentos. Os números são alarmantes. Porém, as pessoas tratam como normal. Talvez estejamos tão acostumados com a violência que ignoramos os números assustadores e que mata mais do qualquer vírus ou guerra.
O mapa da violência de 2017 aponta que 59 103 brasileiros foram assassinados. Foi o maior número registrado desde quando os dados começaram a ser analisados. Em 2018 teve uma redução de 13% no número de homicídios no pais. Foram registrados 51 589 assassinatos. Apenas nesses dois anos foram mortos no Brasil 110 692 pessoas.
Ressalto que esses dados se referem apenas a crimes violentos (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte). Não estão inclusos as mortes por acidentes de carro, dentre outras.
Isso sim é uma catástrofe sem precedentes que mata mais do que qualquer vírus ou guerra pelo mundo.
Covid-19 no Brasil
O último balanço do Ministério da Saúde divulgado nessa quarta-feira (25) sobre a situação do coronavírus no Brasil, mostra que foram notificados 2 433 casos com 57 mortes. Em comparação com outros países, a situação está bem mais sob controle.
Um detalhe que contribui muito para a pouca proliferação da doença em nosso país é nosso clima tropical. O vírus não resiste a temperaturas quente.
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